Sexta-feira, 18 de maio de 2012
Treze dias após a cidade de Novo
Repartimento, na região sudeste do Estado, viver momentos em terror e pânico
nas mãos de assaltantes de banco, as polícias Civil e Militar, tendo à frente a
Delegacia de Repreensão a Roubo e Banco e o Comando de Missões Especiais da
Polícia Militar, conseguiram prender parte da quadrilha, recuperando dinheiro,
bens comprados com o dinheiro do assalto, além de armas e munição.
Foram apresentados na Delegacia Geral da Polícia Civil em Belém o
sargento da Polícia Militar, Marivan Costa; Diego Drosdosky; Lenilson dos
Santos Lima, de apelido “Playboy”; Elenilton Lima da Silva, conhecido como
“Louro”, e Yuandra Gadelha Freitas, mulher de Lenilson, na qualidade de
participantes efetivos no assalto e apoio logístico para a quadrilha.
Os policiais não confirmam, mas, segundo testemunhas, pelo menos 15
homens atacaram as agências do Basa, do Banco do Brasil e um centro lotérico do
município de Novo Repartimento, sendo o ataque simultâneo na modalidade
conhecida como “vapor”. O delegado geral Nilton Athayde informou que este tipo
de assalto é quando as quadrilhas invadem uma cidade, destroem as agências,
ordenam que os clientes sirvam de escudo humano e roubam o dinheiro.
Os assaltantes chegaram em duas caminhonetes e partiram para o
ataque. Armados de fuzis, metralhadoras, escopetas e pistolas, eles renderam os
vigilantes das duas agências, que nada puderam fazer ante o poder de fogo dos
assaltantes, uma vez que, por lei, usam revólveres calibre 38.
A ação durou pouco mais
de 30 minutos e depois os assaltantes fugiram pela rodovia Transamazônica em
direção ao município de Itupiranga. Como garantia de que não seriam
perseguidos, eles levaram cerca de 20 clientes bancários como reféns,
liberando-os dez quilômetros distante de Novo Repartimento.
Segundo o delegado João Bosco Júnior, da Divisão de Polícia
Especializada, todo o contingente policial da região se deslocou até Novo
Repartimento. De Belém, seguiram o delegado Claudio Galeno, titular do Núcleo
de Inteligência da Polícia, e uma estrutura policial com o Grupamento Aéreo
(Graer), Comando de Missões Especiais (CME), Delegacia de Repreensão a Roubo a
Banco (DRRB), além de policiais do Grupo Tático Operacional (GTO), Grupo de
Pronto Emprego (GPE) e Secretaria Adjunta de Análise Criminal.
Investigações e prisões dos assaltantes:
Durante as investigações, os policiais especializados em roubo a banco,
partindo de informações privilegiadas, conseguiram localizar os assaltantes,
que, segundo o delegado André Costa, da DRRB, dividiram o dinheiro no mesmo dia
do assalto e compraram carros, motos e gado bovino.
Eles foram presos nos municípios de Pacajás, Altamira e Bom Jesus do
Tocantins, e com eles os policiais encontraram duas pistolas ponto 40, de uso
exclusivo das polícias Civil e Militar, um revólver calibre 38 e munição de
escopeta, além de R$ 20 mil em espécie.
O delegado André Costa informou que, do bando preso, dois tiveram
participação efetiva no assalto, enquanto o restante, como a mulher Wyandra
Gadelha de Freitas e o sargento da PM Marivan Costa, trabalhou no apoio logístico
à quadrilha e teve o seu “quinhão” na divisão do roubo.
O delegado Nilton Athayde disse que o policial militar teve papel
importante no sucesso do assalto. “Foram dele informações como rota de fuga,
quantitativo de policiamento na cidade e até a cronometragem do tempo que o
helicóptero da polícia chegaria ao local”, informou o delegado geral.
A Polícia
Civil informou que investiga os outros assaltos ocorridos em agências bancárias
nas regiões sul e sudeste do Pará, descartando a ligação dos homens presos com
estes assaltos. “Ainda falta prender quatro desta quadrilha que estamos
apresentando”, informou o delegado André Costa.
Para o policial, não existia uma liderança entre eles, que, na
verdade, seriam células criminosas que se juntaram e formaram o bando, com um
bom apoio logístico e informações privilegiadas, que culminou com os assaltos
aos bancos e à agência lotérica de Novo Repartimento.
Eles irão responder por roubo qualificado, porte ilegal de arma,
falsidade ideológica, uma vez que Lenilson dos Santos Lima, que responde na
Justiça por roubo, se apresentou como João Paulo Lima, e o sargento da PM
Marivan Costa, com sete anos de corporação, vai responder por corrupção ativa e
passiva.
Alem das armas e do dinheiro encontrados com o bando, os policiais
apreenderam dois automóveis, dois computadores portáteis, uma motocicleta e 20
cabeças de gado, bens estes que foram comprados logo após o assalto. Os presos
foram apresentados à imprensa apenas para imagens, pois ainda iam prestar
depoimento na DRCO, em Belém, e depois transferidos para presídios.
Fonte: (Diário do Pará)
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