Grupo do presidente do Senado avalia disputar a
presidência do PMDB.
Pressionado, Temer passou a viajar pelo país para buscar apoio à reeleição.
Disposto
a costurar um acordo com adversários internos para permanecer no comando do
PMDB pelos próximos dois anos, o vice-presidente da República, Michel Temer, deu início a uma ofensiva sobre
aliados do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), a fim de evitar o lançamento de uma chapa de
oposição na eleição que irá escolher o novo presidente do partido.
Atualmente,
o PMDB
controla, além da Vice-Presidência da República, seis ministérios e diversos
cargos de segundo e terceiro escalão do governo federal.
No
entanto, depois da troca de farpas protagonizada publicamente em
dezembro pelo vice-presidente da República e pelo presidente do Senado, aliados
de Renan passaram a ventilar o interesse do senador alagoano em patrocinar uma
candidatura de oposição a Temer.
saiba
mais
Os dois
se estranharam após Eduardo Cunha autorizar, no início de dezembro, a
abertura do processo de impeachment de Dilma.
Mesmo
pressionado por integrantes do Palácio do Planalto a manifestar apoio à
presidente da República, Temer optou por não criticar a tentativa de
oposicionistas de afastar a petista da Presidência.
Renan,
entretanto, aproveitou a ocasião para se aproximar ainda mais de Dilma.
Além de
ajudar o Planalto a aprovar no apagar das luzes de 2015 a mudança da meta
fiscal e o Orçamento da União para 2016, o presidente do Senado surpreendeu o PMDB ao criticar a postura do
presidente do partido no episódio da destituição do deputado Leonardo Picciani
(RJ) como líder do PMDB na Câmara.
Simultaneamente,
senadores ligados a Renan acusaram o vice-presidente de ter operado uma
intervenção na bancada da Câmara para afastar Picciani, que havia indicado apenas
deputados afinados com o governo para a comissão especial do impeachment.
Em
resposta à provocação do presidente do Senado, Temer declarou, por meio de uma
nota, que o PMDB "não tem dono nem coronéis". O
mal-estar gerado pelas declarações rachou o partido.
Movimentação
nos bastidores
Diante do risco de ver surgir uma candidatura de oposição, Temer passou a se
movimentar nos bastidores.
A
primeira reação do atual presidente do PMDB, relataram ao G1 pessoas próximas a
Temer, foi procurar o senador Romero
Jucá (RR-PMDB) para pedir que ele intermediasse junto ao grupo de
Renan Calheiros uma chapa que contemplasse os aliados do parlamentar alagoano e
tivesse o aval dos demais caciques da bancada.
A direção
nacional do PMDB é formada por um presidente, três vices, três secretários e
dois tesoureiros. Na composição atual, a primeira vice-presidência, a terceira
e a tesouraria estão sob o comando de senadores próximos a Renan Calheiros –
Valdir Raupp (RO), Romero Jucá e Eunício Oliveira (CE), respectivamente.
Peemedebistas
dizem que o objetivo de Romero Jucá é trocar o atual posto de terceiro
vice-presidente do PMDB pela presidência ou pelo cargo de primeiro vice – que
assume o comando do partido em uma eventual licença do presidente.
Para isso
ocorrer, entretanto, o atual primeiro vice, Valdir
Raupp, teria de aceitar a troca em uma chapa ainda a ser formada –
segundo pessoas próximas ao senador de Rondônia, ele espera ser consultado por
Temer antes de a mudança ser definida.
Até onde
eu sei, o Renan não tem interesse em disputar a eleição do PMDB e, por ora,
patrocinar a de um outro candidato. O que se busca é a formação de um
entendimento no qual todos se sintam contemplados. É isso. Tem que conversar e
buscar o consenso amplo dentro do partido"
Senador
do PMDB,
entrevistado sob a condição de anonimato
Ao G1,
interlocutores de Temer afirmaram que ele procurou o senador Romero Jucá e
pediu a ele que intermediasse, junto ao grupo de Renan Calheiros, uma formação
que contemplasse os aliados do parlamentar alagoano e tivesse o aval dos
caciques da bancada.
"Até
onde eu sei, o Renan não tem interesse em disputar a eleição do PMDB e, por
ora, patrocinar a de um outro candidato. O que se busca é a formação de um
entendimento no qual todos se sintam contemplados. É isso. Tem que conversar e
buscar o consenso amplo dentro do partido", afirmou um senador do PMDB
entrevistado sob a condição de anonimato.
Segundo
relatos de assessores do vice-presidente, Temer está interessado em um acordo
com os senadores, e a decisão que lhe for apresentada sobre qual parlamentar
deverá ocupar qual cargo terá o aval do atual presidente do PMDB para formar a
chapa.
“O
importante é fazer a composição neste momento. O ideal é que se estabeleçam as
pontes necessárias para o consenso. Michel quer ouvir os senadores, saber qual
cenário os interessa mais e, então, decidir o que fazer”, disse um interlocutor
do vice.
Viagens
Além da ofensiva sobre os senadores próximos a Renan Calheiros, a outra
estratégia adotada por Temer para se garantir na presidência do PMDB é viajar
pelo país e se reunir com dirigentes do partido.
Somente
nesta semana, por exemplo, ele visitou correligionários do Paraná, de Santa
Catarina, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco.
Segundo a
assessoria, já há pelo menos mais cinco estados confirmados para Temer visitar
ao longo das próximas semanas, e outras viagens estão ainda em fase de
planejamento.
Nessas
agendas, ele também se reúne com empresários e discute com os colegas de
partido as estratégias do PMDB para as eleições municipais de outubro.
Votos
Ao todo, 414 pessoas estão aptas a votar na eleição de março no PMDB, e elas
representam 663 votos. No partido, alguns integrantes têm direito a mais de um
voto. Por exemplo, um senador que ocupe cargo da direção da legenda vota duas
vezes.
Segundo
um dos articuladores da campanha de Temer no PMDB, uma estimativa no grupo
ligado ao vice é que ele conseguiria, pelo cenário atual, em torno de 500
votos.
De acordo
com esse interlocutor, há a tese de que parte dos diretórios do Ceará,
Maranhão, Rondônia, Alagoas e Rio de Janeiro tendem a não apoiá-lo se houver
outro candidato (esses estados, juntos, somam 242 votos).
tópicos:
a
Fonte G1 da globo
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Estratégia
é fazer com que 3 deputados disputem posto de líder na Câmara. Plano foi
discutido por Cunha com Temer e deputados críticos a Dilma.
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