Júlio César foi o primeiro a tentar explicar
o que houve com o Brasil diante da Alemanha. Ainda em campo, o jogador mais
experiente do grupo assumiu a responsabilidade, a pedido do auxiliar-técnico,
Carlos Alberto Parreira, de comentar o resultado no Mineirão . Na pior derrota da história da seleção - 7 a 1, na semifinal, o goleiro conteve a emoção para pedir desculpas ao povo brasileiro ao dizer
que o desempenho do time era inexplicável:
— Acho que explicar o inexplicável é complicado.
Temos que reconhecer o grande futebol alemão, equipe que vem jogando junto há
seis anos — disse o goleiro. — Até aqui estava tudo muito lindo. Acho que o
povo brasileiro está de parabéns, a torcida, por todo apoio que nos deu até
aqui. Com certeza, os jogadores vão agradecer, vão se desculpar, mas eles foram
muito fortes. Temos que reconhecer. Levamos o primeiro gol em um apagão,
ninguém esperava. É isso. Vamos voltar para nossas casas, abraçar nossos
familiares. Fica o agradecimento ao povo brasileiro. Fica um sentimento muito triste.
Em sua segunda Copa do Mundo como titular, Júlio
César admitiu que o resultado desta terça-feira dói mais do que a falha
individual contra a Holanda, em 2010.
— Eu troco a minha falha de 2010, que carreguei até
hoje. Preferia que terminasse 1 a 0, com erro meu, do que 7 a 1. Mas o time é
forte. Os jogadores vão saber levantar a cabeça. Eu particularmente trabalhei
para estar nesse momento, e saio de cabeça erguida. Agradeço a Deus pela chance
de jogar a Copa no meu país.
Mais tarde, na zona mista, ele falou com a cabeça
mais fria.
— A Alemanha mereceu passar para a final. Eles vêm
jogando juntos há oito anos. Jogaram duas semifinais de Copa antes dessa. Temos
que ter humildade pra reconhecer que o adversário foi melhor — avaliou o
guardião do gol brasileiro. — Como goleiro, fico particularmente muito triste
de tomar sete. Três já é muito. Quando a seleção entrou na Copa, só tinha um
resultado em mente, a vitória. É muito dolorido.
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