Seis
pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha que praticava crimes ambientais em
Novo Progresso, no sudoeste do Pará, foram presas e levadas para Belém no fim
da tarde desta quarta-feira (27).
Os cinco homens e uma mulher foram transportados em um avião da Força
Aérea e saíram do Aeroporto Internacional Val-de-Cans, na capital, algemados.
Segundo o Ibama, o grupo seria formado por empresários da região, e teria sido
responsável pelo maior desmatamento da floresta Amazônica em toda história. Os
suspeitos foram presos durante a Operação Castanheira, que cumpriu 11 mandados
de prisão preventiva nesta quarta-feira (27). Outros 22 mandados de busca e apreensão,
três prisões temporárias e quatro conduções coercitivas devem ser executados.
Outras diligências foram realizadas nas cidades de São Paulo, Paraná e Mato
Grosso, onde outros dois suspeitos foram detidos. A operação é realizada pela
Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Receita Federal
e Ministério Público Federal.
Desmatamento
recorde>: Segundo o
procurador da república, Daniel Azeredo, “a sofisticação da quadrilha a torna a
maior dos últimos anos especializada em desmatamento da Amazônia. É um crime
ambiental que envolveu lavagem de muito dinheiro, corrupção e falsificação de
documentos. Acredito que este é o primeiro caso de crime ambiental em que a
investigação focou também no aspecto financeiro dos envolvidos”. O diretor do
setor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano de Meneses Evaristo, também
atribui à quadrilha o título. “Foi o grupo que mais desmatou a Amazônia em
todos os tempos”.
Esquema
criminoso: Segundo o
MPF, a quadrilha invadia áreas públicas protegidas, como a Floresta Nacional
Jiamanxim, faziam queimadas para a formação de pastos. Posteriormente, a área
era loteada e revendida a produtores e agropecuaristas. Perícias apontam que
dano ambiental no município ultrapassa R$ 500 milhões. O delegado da Polícia
Federal no Pará, Raimundo Benassuly, detalha como os crimes ocorriam. “Essa
investigação começou há um ano, em parceria com o Ibama, que está em Novo
Progresso desde 2008. Fizemos uma interceptação telefônica que revelou como o
bando agia. Um crime organizado com alta lucratividade. Foram identificadas 11
áreas desmatadas, que eram revestidas para especulação imobiliária, ou seja
grilagem de terra.
Eles
queimavam a área, plantavam capim, e preparavam para a plantação de soja. Daí
vendiam para empresários, sobretudo, do sul e do sudeste do país. Fizemos a
quebra do sigilo bancário que revelou altas quantias, terras que eram vendidos
a R$ 10 milhões. Agora eles serão ouvidos aqui em Belém. Dentre os presos, tem
grandes empresários de Novo Progresso, um advogado que sabia que ele estava
trabalhando com documento falsificado e lavagem de dinheiro”, concluiu
Benassuly. Os envolvidos deverão ser indiciados pelos crimes de invasão de
terras públicas, furto, sonegação fiscal, crimes ambientais, falsificação de
documentos, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas dos acusados
podem ultrapassar 50 anos de reclusão.
Fonte: G1
Pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário