O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
afirmou nesta segunda-feira (16), após participar de uma reunião entre nove
ministros e o vice-presidente Michel Temer com a presidente Dilma Rousseff no
Palácio do Planalto, que o governo federal está "ouvindo as
manifestações" e "aberto ao diálogo". O ministro disse que falou
em nome da presidente. "É a fala dela que estamos reproduzindo",
declarou.
Dilma reuniu o conselho político, formado pelo vice
e os ministros, para avaliar o impacto do protestos deste domingo (15). Cardozo
e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foram destacados pela
presidente para relatar à imprensa o que foi discutido na reunião, da qual
também participaram o assessor especial da presidente Gilles Azevedo e os
ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Aloizio Mercadante (Casa Civil),
Jaques Wagner (Defesa), Gilberto Kassab (Cidades), Eliseu Padilha (Aviação
Civil), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Pepe Vargas (Relações
Institucionais).
"O governo está inteiramente aberto ao diálogo
e assume como postura central o diálogo com todas as forças sociais. E pouco
importa se são forças sociais que apoiam o governo ou são forças sociais contra
o governo. [...] O governo está ouvindo as manifestações", disse Cardozo.
O governo está inteiramente aberto ao diálogo e
assume como postura central o diálogo com todas as forças sociais. E pouco
importa se são forças sociais que apoiam o governo ou são forças sociais contra
o governo"
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça
O titular da Justiça ressaltou que o combate à
corrupção, uma das principais bandeiras dos protestos do último domingo, está
na agenda do governo.
“Que resposta o governo deve dar? É lançar as propostas
que tem contra a corrupção, é estar aberto a receber outras. Queremos ouvir a
sociedade sobre essas propostas. Se elas vierem de lideranças políticas
governistas, que bom. Se vierem de lideranças oposicionistas, que bom. Agora,
se vierem de setores da sociedade, melhor ainda”, declarou.
Dilma ainda não se manifestou publicamente sobre os
protestos. Neste domingo, ela monitorou os desdobramentos no Palácio da
Alvorada e se reuniu com alguns ministros após as manifestações. No final do
dia, Cardozo e o ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, concederam uma
entrevista para falar sobre os atos públicos na qual informaram que Dilma
apresentará “nos próximos dias” uma série de medidas de combate à corrupção e à
impunidade.
Segundo o ministro Eduardo Braga, a presidente da
República encarou os protestos que reuniram mais de 1 milhão de pessoas neste
domingo "com um sentimento de quem preza a liberdade de expressão".
"A presidente é uma mulher que tem arraigado
espírito democrático. Ela é muito forte e firme e sabe conduzir sua equipe
dentro das orientações que a levaram a chegar à Presidência", observou
Cardozo.
O ministro da Justiça disse que, ao longo da
semana, Dilma deverá se pronunciar sobre os protestos. "Ela [Dilma] tem
agenda intensa nesta semana. Seguramente, ela falará sobre aquilo que for
demandado, seja no seu pronunciametno, seja em contato com a imprensa."
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'Humildade'
Durante a entrevista coletiva, que durou cerca de uma hora, Eduardo Braga enfatizou que o governo precisa ter “humildade” para refletir sobre o que é preciso ser feito para atender às reivindicações do segmento da população insatisfeito com o Executivo. O ministro, entretanto, solicitou que os manifestantes também reflitam sobre o fato de que o segundo mandato da petista “está ainda começando”.
Durante a entrevista coletiva, que durou cerca de uma hora, Eduardo Braga enfatizou que o governo precisa ter “humildade” para refletir sobre o que é preciso ser feito para atender às reivindicações do segmento da população insatisfeito com o Executivo. O ministro, entretanto, solicitou que os manifestantes também reflitam sobre o fato de que o segundo mandato da petista “está ainda começando”.
Conforme ele, a administração federal promoveu nos
últimos anos as chamadas "políticas anticíclicas", que incluíram a
concessão de desonerações tributárias para vários setores da economia, a fim
de tentar reaquecer a economia. O ministro, no entanto, afirmou que,
neste momento, o Executivo está fazendo correção de rumos e ajustes na área
econômica e em programas sociais.
“Na economia, nós estamos fazendo correções de
rumos, estamos fazendo ajustes. Estamos fazendo correções nos programas
sociais, mas nós não estamos acabando com nenhum programa social. O que nós não
podemos fazer é levar o Brasil além do limite da sua capacidade econômica se a
economia não respondeu, argumentou Braga.
"Sabemos que precisamos de mais estradas, de
mais ferrovias, de mais portos e aeroportos, mais eficientes. E tudo isso tem
sido esforço do governo", acrescentou.
O ministro afirmou que Dilma ganhou as eleições
garantindo um programa de desenvolvimento que tem como base o
"social". "E ganhamos as eleições mostrando que queremos construir
o Brasil do futuro, que tenha políticas sociais alicerçadas ao crescimento
econômico e duradouro para o Brasil de hoje e para as próximas gerações."
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Fonte G1.globo.com
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