A
inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou
em 0,22% em agosto, ante 0,62% em julho, divulgou o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o IPCA acumula alta de
7,06% no ano, a maior taxa desde 2003 (7,22%) e de 9,53% em 12 meses.
O resultado de agosto veio dentro do
intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que
esperavam uma taxa entre 0,17% e 0,35%, com mediana de 0,23%. A alta de
0,22% no IPCA é a menor para o mês desde 2010, quando o indicador avançou
0,04%.
Grupos
A inflação desacelerou em seis dos nove
grupos pesquisados. A principal desaceleração ocorreu no grupo Transportes
(0,15% para -0,27%), diante da queda de 24,90% nos preços das passagens aéreas.
A queda deste item foi o principal impacto de baixa sobre o IPCA. Com o
resultado, o item exerceu um impacto de -0,11 ponto porcentual no índice. Em
queda, destacaram-se ainda automóveis usados (-1,03%), pneus (-1,00%) e
acessórios e peças (-0,96%).
Apesar disso, outros itens ficaram mais
caros, como gasolina (0,67%), diante de aumentos em cinco regiões, etanol
(0,60%), ônibus urbano (0,60%) e automóvel novo (0,30%). No caso do ônibus
urbano, a alta foi puxada pela região metropolitana de Belo Horizonte, cuja
alta de 7,10% se deu em consequência do reajuste de 9,68% que entrou em vigor a
partir do dia 8 de agosto.
Já o grupo Alimentação e Bebidas
registrou queda de 0,01% nos preços em agosto. Parte expressiva dos produtos
pesquisados passou a custar menos na passagem do mês. Só a batata-inglesa
(-14,75%), o tomate (-12,88%) e a cebola (-8,28%) juntos tiveram impacto de
-0,10 ponto porcentual no IPCA. Também ficaram mais baratos o açaí (-7,35%), a
cenoura (-6,26%), o feijão-carioca (-3,37%) e o feijão-preto (-1,80%), entre
outros alimentos.
Apesar disso, muitos deles acumulam
altas consideráveis nos últimos 12 meses, como é o caso da cebola (139,86%) e
da batata-inglesa (43,20%). No grupo dos alimentos que subiram em agosto, os
destaques foram a farinha de mandioca (4,40%) e o alho (2,74%).
Energia
A energia elétrica registrou queda de
0,42%. O recuo se deve à redução de impostos (PIS/Cofins) na maioria das
regiões pesquisadas. O resultado ocorreu a despeito dos aumentos nas contas de
energia em Belém, cuja alta de 3,69% reflete o reajuste de 7,47% a partir de 7
de agosto; e em Vitória, onde o avanço de 1,62% se deve ao reajuste de 2,52%,
também em 7 de agosto. Com a influência da energia elétrica, o grupo Habitação
desacelerou para alta de 0,29% em agosto, após subir 1,52% em julho, segundo o
IBGE.
Além da energia elétrica, o botijão de
gás ficou mais barato em agosto (-0,44%) em função de quedas expressivas
verificadas nas regiões de Recife (-4,27%), Campo Grande (-2,69%), Rio de
Janeiro (-1,12%) e Fortaleza (-0,99%). Por outro lado, outros itens do grupo
Habitação apresentaram alta, com destaque para a taxa de água e esgoto (1,07%),
mão de obra pequenos reparos (0,84%), condomínio (0,71%), artigos de limpeza
(0,49%) e aluguel residencial (0,40%).
No caso da taxa de água e esgoto, a alta
foi influenciada pelas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, cujas contas
aumentaram 9,29% em função do reajuste de 9,98% ocorrido em primeiro de agosto,
e de Vitória, onde as contas aumentaram 7,37%, refletindo parte do reajuste de
10,69% em vigor a partir do dia 8 de agosto.
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