Presidente da Câmara se reuniu com presidente da República no Planalto.
Segundo ele, Dilma não quer elevar déficit orçamentário com novos gastos.
Segundo ele, Dilma não quer elevar déficit orçamentário com novos gastos.
O presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (1), que a
presidente Dilma Rousseff manifestou a ele “preocupação” com a tramitação de
projetos de lei que podem gerar despesas e aumentar o déficit de R$
30,5 bilhões previsto para o Orçamento de 2016.
Nesta terça, a
convite da presidente, Cunha foi recebido por Dilma em audiência no Palácio do
Planalto, horas depois de chegar de Nova
York, onde participou de um evento de líderes de parlamentos na
seda da Organização das Nações Unidas (ONU). Foi o primeriro
encontro entre Cunha e a presidente depois que ele anunciou
o rompimento com
o governo.
Na pauta do
Congresso, há propostas que aumentam salários de diversas categorias, como
delegados, procuradores de estados e municípios e integrantes da
Advocacia-Geral da União. Se aprovadas, elevarão os gastos do governo.
“A preocupação
é o Orçamento, o déficit, e o aumento da despesa pública por projetos que
possam ser aprovados e que têm impacto orçamentário. Obviamente, ela manifestou
essa preocupação. Da minha parte, eu mostrei a ela que o déficit não é o
principal problema. O principal problema é não aumentar a dívida bruta do país
porque você vai financiar o déficit aumentando a dívida. Se você controlar a
dívida, você tem uma sinalização positiva [para o mercado]", disse o
presidente da Câmara.
De acordo com
Cunha, apesar de manifestar preocupação com projetos que geram gastos, a
presidente não pediu para que o Congresso aprove aumento de impostos.
Na semana
passada, o governo chegou a cogitar relançar a CPMF, imposto sobre operações
financeiras que servia para financiar a área da saúde, mas, diante da
repercussão negativa, desistiu.
"Ela
debateu a situação e pediu apoio para que medidas possam ser tomadas para que a
gente possa ter uma solução estrutural para o processo. Ela não me pediu para
aumentar impostos nem que gente encontrasse uma solução. Quem faz a peça
orçamentária é o Poder Executivo. O Executivo que sabe suas capacidades,
limitações, gastos e aquilo que são despesas obrigatórias."
Rompido
politicamente com o Palácio do Planalto desde julho, Cunha
disse que o encontro com a presidente demonstra que a relação
"institucional" está mantida. Segundo ele, Dilma buscou, com a
reunião, manter aberto um "canal de diálogo"
"O que ela
quis fazer, politicamente, é discutir um problema que está afetando as contas
públicas do país, para, politicamente, ter o canal aberto para diálogo nas
circunstâncias que forem necessárias", afirmou.
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"Sempre
disse: uma coisa é meu alinhamento político, outra coisa é o papel
institucional. A harmonia tem que ser mantida. E harmonia é isso, é conversar.
Isso não quer dizer que voltei atrás no meu rompimento político, mas isso não
quer dizer que eu não vá conversar com ela ou debater as questões do
país", completou.
O presidente da
Câmara relatou ainda ter afirmado a Dilma que o problema da queda da
arrecadação é a falta de confiança dos investidores na economia brasileira.
“Nosso maior
problema é que arrecadação cresceu menos. E isso, eu disse a ela, é por causa
da perda da confiança na economia como um todo, seja do investidor, seja do
consumidor.”
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