Documento faz
parte de delação de executivo da Carioca Engenharia.
Presidente da Câmara não se manifestou sobre investigações.FACEBOOK
Presidente da Câmara não se manifestou sobre investigações.FACEBOOK
Planilha que faz parte da delação premiada do
executivo da Carioca Engenharia Ricardo Pernambuco Júnior, investigado na
Operação Lava Jato, detalha como teria ocorrido o pagamento de parte da suposta
propina de R$ 52 milhões ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).
A peça faz parte de inquérito autorizado contra
Cunha pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, a pedido
da Procuradoria-Geral da República.
Planilha de depósitos entregue pelo
empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, aos
investigadores, detalha depósitos que teriam sido propina para Eduardo Cunha
(Foto: Reprodução)
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A planilha foi divulgada nesta sexta-feira (15)
pelo jornal "Estado de S. Paulo" e faz parte da delação, revelada pela
revista "Época" em
dezembro.
Procurado, Eduardo Cunha disse que não vai se
manifestar sobre o caso, que o assunto relativo à empresa Carioca é velho e que
já se manifestou anteriormente.
A investigação da Procuradoria se baseia nas
delações premiadas dos empresários da Carioca Engenharia Ricardo Pernambuco
Júnior e do pai dele Ricardo Pernambuco. Segundo os delatores, o peemedebista
recebia propina de a partir de recursos do FI-FGTS, um fundo destinado a
empresas. A delação foi homologada pelo STF.
Este é o terceiro inquérito contra Cunha. A
suspeita da PGR é que o parlamentar tenha solicitado e recebido propina do
consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Christiani Nielsen Engenharia –
que atuava na obra do Porto Maravilha – no montante de cerca de R$ 52 milhões.
Na planilha apresentada pela Carioca são detalhadas
22 transações que somam quase US$ 4,7 milhões. A primeira transferência de
dinheiro teria sido feita no Israel Discount Bank no valor de US$ 220 mil.
Conforme os delatores, Cunha teria recebido propina
no valor de 1,5% dos títulos comprados pelo FI-FGTS, paga em 36 parcelas. O
documento entregue aos investigadores mostra depósitos feitos entre agosto de
2011 e setembro de 2014, que teriam sido propina a Cunha.
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Ainda segundo as investigações, Cunha era próximo
do então vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, que integrava o conselho curador
do FGTS. O dinheiro do fundo seria utilizado para permitir as obras do porto.
Para Rodrigo Janot, as informações apresentadas pelos
delatores são "robustas" e fundadas, além de depoimentos, em
documentos bancários que comprovam transferências, extratos de contas na Suíça,
emails e anotações.
Além de abrir o inquérito, o ministro Teori
Zavascki também autorizou a coleta de provas.
Delação dos empresários da Carioca
Nos depoimentos feitos dentro da delação, os empresários citam encontros com Eduardo Cunha e transferências de conta de Ricardo Pernambuco, na Suíça, para contas indicadas pelo deputado, também na Suíça. Eles entregaram e-mail citando transferência de 181 mil francos suíços. Segundo a PGR, documentação bancária sobre o inquérito que veio da Suíça confirma o recebimento desse dinheiro.
Nos depoimentos feitos dentro da delação, os empresários citam encontros com Eduardo Cunha e transferências de conta de Ricardo Pernambuco, na Suíça, para contas indicadas pelo deputado, também na Suíça. Eles entregaram e-mail citando transferência de 181 mil francos suíços. Segundo a PGR, documentação bancária sobre o inquérito que veio da Suíça confirma o recebimento desse dinheiro.
Os encontros narrados teriam ocorrido na Câmara dos
Deputados e no Rio de Janeiro, além de reuniões ocorridas no escritório da
empresa em São Paulo.
Segundo Janot, os fatos apresentados pelos
empresários comprovam ainda suspeitas presentes no principal inquérito da Lava
Jato em andamento no Supremo, o que apura se existiu uma organização criminosa
para fraudar a Petrobras e outros órgãos, como BR Distribuidora, Transpetro e
Caixa Econômica Federal.
Atualmente, cerca de 40 pessoas são investigadas
por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção.
"Considerando que Eduardo Cunha é suspeito de
integrar o alto escalão da organização criminosa que atuou não apenas na
Petrobras, mas também em diversos outros órgãos e entes públicos, torna-se
imprescindível ao bom andamento da investigação envolvendo os fatos veiculados
na presente colaboração que a apuração seja feita em conjunto com as demais
peças desse grande quebra-cabeça criminoso denominado Operação Lava Jato,"
afirmou Janot.
Além disso, Janot pediu que a delação dos
empresários seja juntada ao inquérito que apura se Cunha tinha contas na Suíça.
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Presidente da Câmara é suspeito de receber R$ 52 milhões em propina. Ele
não quis comentar porque, segundo disse, desconhece a acusação.
07/04/2016
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sigilo. Delatores citam à PGR propina para Eduardo Cunha e João Vaccari Neto.
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