A Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) 241 é o gatilho para a reforma da Previdência,
avaliam sindicalistas, que alertam para a iminência de mais medidas que ameaçam
os direitos dos trabalhadores. Nesta sexta-feira (14), centrais se reúnem em
São Paulo para preparar o 11 de novembro, Dia Nacional de Luta com greves e
paralisações contra a ameaça aos direitos trabalhistas e às conquistas sociais.
Por Railídia Carvalho
Por Railídia Carvalho
A iminência de uma reforma da Previdência que
retire direitos dos trabalhadores ganhou força com a aprovação em primeiro
turno na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241,
que congela gastos com saúde e educação por 20 anos. Nos atos realizados pelos
trabalhadores no mês de setembro, os dirigentes alertavam sobre as ameaças
contidas nesta proposta.
Na opinião do presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, o objetivo do governo é implementar uma agenda ultraliberal. “O efeito disso é dramático porque a PEC é parte de uma agenda regressiva, que trará um conjunto de prejuízos tanto para a sociedade quanto para a classe trabalhadora”, analisou.
Segundo ele, as mobilizações do dia 11 de novembro fortalecerão o processo de construção de uma greve geral. “É um momento de diálogo com a classe trabalhadora para colocar na mesa qual o legado e os riscos que nos colocam a ponto de perder, em pouco tempo, tudo o que se conquistou nos últimos treze anos”, opinou o dirigente.
Em tempo recorde, políticas públicas em saúde, moradia, educação, assistência social, direitos dos trabalhadores tem sido atacadas através de medidas implementadas após a efetivação de Michel Temer como presidente. Adilson também ressaltou o resultado eleitoral, que foi negativo para as forças que defendem as políticas e conquistas dos últimos anos.
“O que eu quero dizer é que essa overdose de informações destilada por esse partido da mídia golpista mexe com a subjetividade das pessoas e causa influência profundamente negativa. Precisamos neste momento disputar a opinião da sociedade, fortemente influenciada por essa onda conservadora”, defendeu Adilson.
“Vamos apontar para uma luta nacional mais efetiva e no processo de acumulação de forças eu não tenho dúvidas que podemos construir uma greve geral”, completou.
Desde agosto, as centrais sindicais realizam manifestações nacionais contra as propostas sinalizadas pelo governo de Michel Temer para a Previdência Social e a chamada “flexibilização” da CLT ou a prevalência do acordo coletivo sobre a legislação trabalhista. No dia 29 de setembro, metalúrgicos de todo o país realizaram protestos contra as reformas. Em outubro, trabalhadores dos transportes tem se reunido para debater novas paralisações.
Nesta sexta-feira (14), a CTB reúne o Conselho
Político para um encontro que divulgará uma orientação oficial aos
sindicatos e federações filiados acerca do cenário de retirada de direitos que
se fortalece no país.
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