FORÇAS IRAQUIANAS AVANÇAM EM OFENSIVA PARA EXPULSAR EI DE MOSSUL
Mossul é o
último grande reduto do EI no Iraque.
Total de 1,5 milhão de pessoas ainda vivem na cidade.
Total de 1,5 milhão de pessoas ainda vivem na cidade.
Forças
iraquianas avançam em ofensiva para expulsar EI de Mossul
Mossul é o
último grande reduto do EI no Iraque.
Total de 1,5 milhão de pessoas ainda vivem na cidade.
Total de 1,5 milhão de pessoas ainda vivem na cidade.
Da France Presse
Dezenas de milhares de combatentes iraquianos
mobilizados para tomar Mossul do grupo extremista Estado Islâmico
(EI) ganhavam terreno nesta terça-feira (17), no segundo dia da ofensiva de uma
magnitude que aumenta o temor de um êxodo de civis.
Avançando com caravanas de veículos blindados pelas
planícies áridas que cercam a segunda cidade do Iraque,
e apoiados por bombardeios aéreos da coalizão internacional liderada
pelos Estados Unidos, as forças iraquianas entraram em localidades onde o EI
tenta resistir, constatou um jornalista da AFP.
Grandes colunas de fumaça se elevavam ao céu a
partir de poços de petróleo incendiados, perto da retaguarda das forças
iraquianas em Qayyarah, 70 km ao sul de Mossul. O céu estava coberto por uma
fumaça cinza ao longo de quilômetros.
Um soldado iraquiano posicionado em um dos postos
de controle explicou que os extremistas incendiaram os poços petrolíferos para
tentar impedir a coalizão de realizar ataques aéreos e retomar Qayyarah. Mas a
cidade caiu nas mãos das forças iraquianas em 25 de agosto e os incêndios não
pararam desde então.
As forças leais ao governo de Bagdá avançam a
partir de Qayyarah, assim como a partir de Jazir (leste), em direção a Mossul,
último grande reduto do EI no Iraque.
"Muitas localidades foram liberadas",
indicou à AFP Sabah al Numan, porta-voz dos serviços de contraterrorismo
iraquianos, uma das unidades de elite mobilizadas.
"Alcançamos nossos primeiros objetivos e
inclusive mais, mas somos prudentes e nos agarramos ao plano",
acrescentou.
Fumaça pode ser vista à distância após
confronto de tropas aliadas contra combatentes do Estado Islâmico em Bartila,
ao leste de Mossul, no Iraque, nesta terça-feira (18) (Foto: Reuters)
"Nossas forças utilizam um amplo espectro de
meios a sua disposição contra os terroristas e ainda temos mais surpresas para
eles quando chegarmos à cidade", disse o porta-voz.
Antes de alcançar as proximidades diretas de
Mossul, onde entre 3 mil e 4.500 extremistas fortemente armados estariam
entrincheirados, as forças iraquianas atravessarão territórios controlados pelo
EI ao redor da cidade.
"Como estava previsto"
A operação começou e o "primeiro dia todo correu como estava previsto", afirmou o Pentágono.
A operação começou e o "primeiro dia todo correu como estava previsto", afirmou o Pentágono.
Acrescentou que 52 alvos foram destruídos por
aviões da coalizão no primeiro dia da ofensiva.
Situada no norte do Iraque e povoada
majoritariamente por muçulmanos sunitas, Mossul caiu nas mãos do EI em junho de
2014 e o líder do grupo, Abu Bakr al Bagdadi, proclamou então um califado nos
territórios conquistados rapidamente pelos extremistas no Iraque e na Síria.
A batalha de Mossul, que pode durar semanas, pode
ser muito dura e aumentar os temores de um êxodo maciço de população.
Um total de 1,5 milhão de pessoas ainda vivem em
Mossul e podem ficar presas em meio aos violentos combates ou ser utilizadas
como escudos humanos pelos extremistas, como fizeram em outras cidades que
perderam no Iraque nos últimos meses.
Várias organizações humanitárias pediram a
instauração de corredores de segurança para que os civis possam fugir dos
combates, principalmente levando-se em conta que a cidade pode ser submetida a
um cerco por parte das forças iraquianas.
A coordenadora humanitária da ONU para o Iraque,
Lise Grande, declarou que ainda não há muita gente fugindo de Mossul, mas se
referiu à possibilidade de que ocorram "importantes movimentos
populacionais (...) em cinco ou seis dias".
- 'Preparar refúgios' -Duzentas mil pessoas podem
ser deslocadas "nas duas primeiras semanas", número que pode aumentar
significativamente à medida que a ofensiva avance, segundo a ONU.
"As agências humanitárias preparam refúgios em
três regiões prioritárias no sul de Mossul onde os primeiros deslocados serão
abrigados", acrescentou a ONU.
Por enquanto, os acampamentos existentes só podem
receber algumas dezenas de milhares de deslocados, quando finalmente este
número pode ser de centenas de milhares.
A Anistia Internacional (AI) pediu nesta
terça-feira ao Iraque que garanta que suas forças de segurança e as numerosas
milícias paramilitares não cometam abusos com os civis.
Segundo a ONG, as forças de segurança e as milícias
detiveram de maneira arbitrária, torturaram e executaram milhares de civis que
fugiam das zonas nas mãos do EI em ocasiões passadas.
A perda de Mossul seria um revés muito forte para o
EI.
O grupo extremista perdeu muito espaço nos últimos
meses nos dois países, mas segue controlando Raqa (norte da Síria) e realiza
ataques suicidas.
Uma perda de Mossul pode produzir um fluxo para a
Europa de combatentes extremistas dispostos a agir, advertiu nesta terça-feira
o comissário europeu para a segurança, Julian King, em uma entrevista ao jornal
alemão Die Welt.
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