Enquanto as medidas
estabelecidas pelo Estado não resolvem o problema em definitivo, as
dificuldades de controlar o desmatamento ilegal ficam evidentes em algumas
regiões. Emblemática tanto do ponto de vista dos conflitos pela terra quanto do
histórico de derrubada da floresta ao longo dos anos, a região da
Transamazônica, no centro-oeste do Pará, segue resistindo como um desafio à
contenção dos desmatamentos no Pará.
Sinalizando que os dados mais recentes – e
ainda não divulgados oficialmente – do desmatamento podem demonstrar aumento
nas taxas do Pará, o engenheiro agrônomo e pesquisador sênior do Instituto do
Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Beto Veríssimo, afirma que a
situação ao longo da rodovia exige atenção especial.
“É bom lembrar que os dados mais recentes
(agosto a outubro de 2014) mostram que o desmatamento voltou a subir de maneira
expressiva. É ainda cedo para cravar que a próxima taxa de desmatamento voltará
a subir, mas a situação atual é preocupante. O desmatamento no Pará é mais
crítico ao longo da BR-163 [Transamazônica]”, diz.
Para ver de perto esses entraves que ainda
imperam no entorno da rodovia BR-163, o DIÁRIO visitou os municípios de Altamira,
Anapu, Brasil Novo e Medicilândia em novembro passado. Neles, constatou que
basta se distanciar dos núcleos urbanos para que os descampados de terra
surjam. Durante a viagem, possibilitada com apoio Agência de Notícias dos
Direitos da Infância (Andi), em parceria com a Climate and Land Use Alliance
(Clua), o DIÁRIO pode conhecer um pouco os gargalos, desafios e as
oportunidades para que se consiga alcançar a meta de zerar o desmatamento no
Pará até 2020. Esse será o foco da série especial de seis matérias que o DIÁRIO
publica nas próximas semanas.
(Diário do Pará)
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