Após protestos de indígenas, projeto de carbono florestal é suspenso
ICMBio disse que
vai discutir a pauta de reivindicações com a Funai.
Indígenas permanecem acampados e agora pedem demarcação de terras.
Indígenas permanecem acampados e agora pedem demarcação de terras.
Após protestos feitos por indígenas de 13 etnias da
Reserva Extrativista Tapajós/Arapiuns (Resex), o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) decidiu suspender a implantação do
projeto de carbono florestal nas aldeias. Mesmo após a decisão, os indígenas
permanecem acampados no prédio do órgão, localizado na Avenida Tapajós, em
Santarém, oeste do Pará, pedindo a demarcação de terras indígenas.
De acordo com o coordenador ICMBio em Santarém,
Carlos Alencar, o projeto era uma forma diferente de garantir recursos para
implementação dos projetos de melhorias da qualidade de vida dessas populações.
"Nesse momento a gente achou por bem suspender o projeto. Vamos avaliar o
quadro, verificar onde existe as deficiencias, conduzir com a pauta que foi
reivindicada, além de discutir e dar apoio junto a Funai, para que ela possa
iniciar os trabalhos de reconhecimento desses territórios”, explicou.
saiba mais
Segundo o líder indígena da etnia Tapajós,
João Tapajós, existem áreas no estado onde foi implantado o projeto de carbono
e que está afetando o modo de vida dos moradores. “As empresas que compram o
projeto de carbono impedem a caça e a retirada de madeira, utilizada para fazer
malocas e barracões. Por isso somos contra a implantação desse projeto. Não
queremos que tirem a nossa autonomia na área da Resex”, informou.
Os manifestantes temem ainda que se implantado, o
projeto de carbono florestal irá mudar o modo de viver das famílias dentro da
reserva. “Na região do baixo Tapajós nós temos sessenta e duas aldeias, treze
povos e aproximadamente sete mil indígenas. Cada aldeia tem as suas
particularidades. O projeto não será a mesma coisa e deve mudar a forma
cultural da população”, conta uma das integrantes do movimento.
O documento contendo as reivindicações dos
indígenas foi recebido pela coordenação do ICMBio em Santarém e deve ser
encaminhado nesta sexta-feira para a presidência do Instituto em Brasília (DF).
Demarcação de terras
Mesmo após decisão da suspensão de implantação do projeto na Resex anunciado pelo ICMBio, os indígenas decidiram permanecer acampados nas dependências do órgão. Eles apresentaram um documento com outras reivindicações, entre elas, a demarcação de terras indígenas dentro da Floresta Nacional do Tapajós (Flona).
Mesmo após decisão da suspensão de implantação do projeto na Resex anunciado pelo ICMBio, os indígenas decidiram permanecer acampados nas dependências do órgão. Eles apresentaram um documento com outras reivindicações, entre elas, a demarcação de terras indígenas dentro da Floresta Nacional do Tapajós (Flona).
"A pauta sobre a implatação do crédito de
carbono não era a única. Outra motivo do nosso protresto é que em 2010 o ICMBio
contestou a demarcação da terra indígena Munduruku, Taquara e Marituba, na
região da Flona. Vamos permanecer aqui e fazer com que o ICMBio retire a
contestação das terras. Outro motivo é que haja uma negociação direta com a
Funai em Brasília, na tentativa de agilizar esses processos que se encontram
paralisados".
A luta pela demarcação das terras dentro da Floresta
Nacional do Tapajós (Flona do Tapajós) é antiga. Para os indígenas, representa
qualidade de vida. "Essas áreas não estão demarcadas e isso impede o
avanço nas aldeias, como oferecer uma educação de qualidade, escola digna para
as nossas crianças e jovens, além de um posto de saúde dentro das aldeias"
contou o líder indígena, Abimael Munduruku.
Indígenas bloquearam a Av. Tapajós, em frente ao
prédio do ICMBio (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
prédio do ICMBio (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Manifestação
A manifestação dos indígenas iniciou na manhã de quinta-feira (13), em frente ao prédio do ICMBio. O grupo ocupou o trecho da Avenida Tapajós, no bairro Laguinho, em protesto contra a implantação de um projeto florestal de carbono nas aldeias. A manifestação foi pacífica, mas houve pressão por parte dos índios, para que o ICMBio suspendesse a implantação do projeto na Resex.
O grupo levou para a avenida cartazes e faixas expressando a insatisfação. As negociações entraram pela noite, quando os manifestantes ocuparam o prédio do órgão. Eles informaram que não tem previsão para desocupar as dependências do órgão e aguardam por novas negociações, levando em consideração as reivindicações entregues na pauta.
A manifestação dos indígenas iniciou na manhã de quinta-feira (13), em frente ao prédio do ICMBio. O grupo ocupou o trecho da Avenida Tapajós, no bairro Laguinho, em protesto contra a implantação de um projeto florestal de carbono nas aldeias. A manifestação foi pacífica, mas houve pressão por parte dos índios, para que o ICMBio suspendesse a implantação do projeto na Resex.
O grupo levou para a avenida cartazes e faixas expressando a insatisfação. As negociações entraram pela noite, quando os manifestantes ocuparam o prédio do órgão. Eles informaram que não tem previsão para desocupar as dependências do órgão e aguardam por novas negociações, levando em consideração as reivindicações entregues na pauta.
Na tarde tarde de quinta-feira (13), os manifestantes ocuparam o
prédio do ICMBio, na tentativa de agilizar as negociações.
Líderes do movimento afirmaram que o prédio só seria desocupado quando houvesse
uma resposta concreta do ICMBio para resolver o impasse junto as aldeias.
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