Alter do Chão continua, sim, linda e
limpa, embora na terça-feira (1), o juiz da 1ª Vara da Justiça Federal de
Santarém, Érico Pinheiro, tenha determinado a interdição
de algumas áreas inadequadas para banho.
Uma pesquisa feita pelo Laboratório
de Biologia Ambiental da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa),
divulgado no dia 12 de agosto, constatou que os pontos são: a escadaria da
orla, o final da orla e nas proximidades dos esgotos pluviais.
A Justiça acatou a ação movida pelo
Ministério Público do Estado Pará (MPE) e Ministério Público Federal (MPF), que
pediu a interdição desses locais após todo o alvoroço ocorrido por causa do
surto de hepatite A na vila, em janeiro deste ano. O município, então, teve um
prazo de 48 horas após a notificação para cumprir a decisão judicial.
O barqueiro Rivelino Silva considera
a medida importante e acredita que isso não deve interferir no movimento de
visitantes na vila. Para ele quanto mais cuidado com o meio ambiente da
comunidade, melhor.
“Isso não interfere não, porque
quando a prefeitura veio tirando esses barcos, as balsinhas melhorou muito para
os banhistas e para nós também, e quando eles apertaram com relação aos esgotos
também melhorou, não tem problema vai ficar tranquilo, os banhistas vão ser
orientados”, disse.
Já o visitante Edilson Amaral se
mostrou preocupado com a medida. Para ele o turismo da vila não pode ser mais
prejudicado do que já foi no início deste ano.
“Poxa, isso para mim vai prejudicar,
não precisava disso, em vez de eles interditarem em outra época, agora é tempo
de mais movimento aqui em Alter do Chão e pra quê isso?”, questionou,
complementando que a população de Alter do Chão vive de turismo.
A prefeitura de Santarém informou,
por meio de nota, que a sinalização dessas áreas apontadas como impróprias já
estava em pauta, e ainda vigora a portaria que proíbe a atracação de
embarcações na orla da vila, um dos fatores poluentes das águas do rio Tapajós.
Em janeiro deste ano, uma pesquisa
realizada pelo Laboratório de Ciências e Tecnologia das Águas da Ufopa apontou
a contaminação em algumas praias de Alter do Chão, o que seria a causa do surto
de hepatite A, divulgado pela unidade de saúde do distrito.
O comércio caiu aproximadamente 50% e
o turismo também despencou. A credibilidade da pesquisa foi posta em cheque,
pois não haviam sido considerados os critérios do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (Conama) para exames de balneabilidade.
BALNEABILIDADE
Foi solicitada uma pesquisa mais
detalhada, divulgada mês passado, obedecendo aos critérios do Conama, que
garantiu a balneabilidade de todas as praias de Alter do Chão - exceto nos
pontos citados acima, e que serão interditados por decisão judicial.
Para o presidente da comunidade,
Carlos Santos, essas ações do poder público e a interferência da justiça e do
Ministério Público são importantes para a conservação do meio ambiente da vila.
“Isso não é surpresa. Na apresentação
do resultado dos estudos das águas, o próprio prefeito pediu para que
esses pontos fossem marcados, mas parece que demorou e a Justiça resolveu
obrigar a prefeitura a fazer. Mas estamos tranquilos porque todos sabem que
essas áreas não são muito utilizadas por banhistas, os locais como a praia do
CAT (Centro de Atendimento ao Turista), Cajueiro e Ilha do Amor estão
liberados”, disse.
Ele concorda que a interdição não
deve prejudicar o turismo, mas sim garantir mais segurança aos turistas para
aproveitarem melhor uma das praias mais belas do mundo.
“Como Alter do Chão é um ponto de
referência para o turismo, então isso deve ser respeitado, os banhistas, os
turistas devem ser orientados e tem que ter uma área sadia, porque nós aqui em
Alter do Chão dependemos do turismo o ano todo, o poder público só está fazendo
a parte dele”, concluiu Carlos Santos.
Vale ressaltar ainda que na Ilha do
Amor e nas praias do CAT e do Cajueiro a balneabilidade das águas é considerada
excelente.
(DOL com informações de Raphael
Ribeiro/Santarém)
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fonte DOL
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