quinta-feira, 3 de setembro de 2015

BALNEABILIDADE EM ALTER DO CHÃO ESTÁ GARANTIDA

Alter do Chão continua, sim, linda e limpa, embora na terça-feira (1), o juiz da 1ª Vara da Justiça Federal de Santarém, Érico Pinheiro, tenha determinado a interdição de algumas áreas inadequadas para banho.
Uma pesquisa feita pelo Laboratório de Biologia Ambiental da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), divulgado no dia 12 de agosto, constatou que os pontos são: a escadaria da orla, o final da orla e nas proximidades dos esgotos pluviais.
A Justiça acatou a ação movida pelo Ministério Público do Estado Pará (MPE) e Ministério Público Federal (MPF), que pediu a interdição desses locais após todo o alvoroço ocorrido por causa do surto de hepatite A na vila, em janeiro deste ano. O município, então, teve um prazo de 48 horas após a notificação para cumprir a decisão judicial. 
O barqueiro Rivelino Silva considera a medida importante e acredita que isso não deve interferir no movimento de visitantes na vila. Para ele quanto mais cuidado com o meio ambiente da comunidade, melhor.
“Isso não interfere não, porque quando a prefeitura veio tirando esses barcos, as balsinhas melhorou muito para os banhistas e para nós também, e quando eles apertaram com relação aos esgotos também melhorou, não tem problema vai ficar tranquilo, os banhistas vão ser orientados”, disse.
Já o visitante Edilson Amaral se mostrou preocupado com a medida. Para ele o turismo da vila não pode ser mais prejudicado do que já foi no início deste ano.
“Poxa, isso para mim vai prejudicar, não precisava disso, em vez de eles interditarem em outra época, agora é tempo de mais movimento aqui em Alter do Chão e pra quê isso?”, questionou, complementando que a população de Alter do Chão vive de turismo. 
A prefeitura de Santarém informou, por meio de nota, que a sinalização dessas áreas apontadas como impróprias já estava em pauta, e ainda vigora a portaria que proíbe a atracação de embarcações na orla da vila, um dos fatores poluentes das águas do rio Tapajós.
Em janeiro deste ano, uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Ciências e Tecnologia das Águas da Ufopa apontou a contaminação em algumas praias de Alter do Chão, o que seria a causa do surto de hepatite A, divulgado pela unidade de saúde do distrito.
O comércio caiu aproximadamente 50% e o turismo também despencou. A credibilidade da pesquisa foi posta em cheque, pois não haviam sido considerados os critérios do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) para exames de balneabilidade.
BALNEABILIDADE
Foi solicitada uma pesquisa mais detalhada, divulgada mês passado, obedecendo aos critérios do Conama, que garantiu a balneabilidade de todas as praias de Alter do Chão - exceto nos pontos citados acima, e que serão interditados por decisão judicial.
Para o presidente da comunidade, Carlos Santos, essas ações do poder público e a interferência da justiça e do Ministério Público são importantes para a conservação do meio ambiente da vila.
“Isso não é surpresa. Na apresentação do resultado dos estudos das águas, o próprio prefeito pediu para que esses pontos fossem marcados, mas parece que demorou e a Justiça resolveu obrigar a prefeitura a fazer. Mas estamos tranquilos porque todos sabem que essas áreas não são muito utilizadas por banhistas, os locais como a praia do CAT (Centro de Atendimento ao Turista), Cajueiro e Ilha do Amor estão liberados”, disse.
Ele concorda que a interdição não deve prejudicar o turismo, mas sim garantir mais segurança aos turistas para aproveitarem melhor uma das praias mais belas do mundo.
“Como Alter do Chão é um ponto de referência para o turismo, então isso deve ser respeitado, os banhistas, os turistas devem ser orientados e tem que ter uma área sadia, porque nós aqui em Alter do Chão dependemos do turismo o ano todo, o poder público só está fazendo a parte dele”, concluiu Carlos Santos.
Vale ressaltar ainda que na Ilha do Amor e nas praias do CAT e do Cajueiro a balneabilidade das águas é considerada excelente.
(DOL com informações de Raphael Ribeiro/Santarém)
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fonte DOL

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