Parte da população está
empenhada pela cassação de Eduardo Cunha, ainda que não haja aparente empenho
dos parlamentares em dar andamento ao processo — fala-se até em “anistia” ao
presidente da Casa.
Mais de
1,2 milhão de pessoas já assinaram uma petição no Avaaz para a cassação do
mandato de Cunha. O objetivo é conseguir 2 milhões de assinaturas e entregá-las
ao Conselho de Ética da Câmara.
"Nesse
dia de glória para o povo brasileiro tem um nome que entrará para a história
nessa data, pela forma como conduziu os trabalhos nessa casa. Parabéns,
presidente Eduardo Cunha. Perderam em 1964. Perderam agora em 2016. Pela
família e pela inocência das crianças em sala de aula que o PT nunca teve,
contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela
memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff,
pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de
tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim."
Foi
assim que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) justificou o voto a favor do
impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados no
último domingo. As declarações geraram polêmica, especialmente pela referência
ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (Destacamento
de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de
repressão da ditadura. Ustra morreu aos 83 anos em setembro do ano passado.
A
homenagem a um dos personagens mais controversos do regime militar foi alvo de
críticas de milhares de brasileiros, que foram às redes sociais expressar
choque e reprovação. Para um deles, no entanto, o elogio de Bolsonaro evocou
memórias ruins.
Em
1972, Gilberto Natalini, hoje médico e vereador pelo PV-SP, tinha então 19 anos
e foi torturado por Ustra. À época estudante de medicina, ele havia sido preso
por agentes da ditadura que queriam informações sobre o paradeiro de uma amiga
dele, envolvida na luta armada. Natalini negou-se a colaborar. A tortura
consistia em choques elétricos diários, que, segundo ele, lhe causaram
problemas auditivos irreversíveis.
"Bolsonaro
não tem o direito de reverenciar a memória de Ustra. Ustra era um assassino, um
monstro, que torturou a mim e a muitos outros", afirmou Natalini à BBC
Brasil.
Natalini
conta ter sido vítima de tortura por cerca de dois meses na sede do DOI-Codi em
São Paulo.
"Tiraram
a minha roupa e me obrigaram a subir em duas latas. Conectaram fios ao meu
corpo e me jogaram água com sal. Enquanto me dava choques, Ustra me batia com
um cipó e gritava me pedindo informações", relembra.
"A
tortura comprometeu minha audição. Mas as marcas que ela deixou não são só
físicas, mas também psicológicas."
Natalini
nega ter participado da luta armada contra a ditadura militar. Ele confirma ter
feito oposição ao regime, mas diz que "sem violência".
"Sempre
fui a favor da mobilização das consciências contra qualquer tirania. Nunca fui
a favor de ações violentas. Acolhíamos perseguidos políticos, prestando
atendimento médico quando necessário", diz ele, em alusão à Escola
Paulista de Medicina (EPM), onde estudava.
"Mas
todo mundo que se opunha ao governo militar era visto como terrorista",
ressalva.
Image captionPara Natalini,
projeção evido "aos escândalos de corrupção protagonizados pelo PT"
Para Natalini, que foi preso "outras 16 vezes" pelo
regime militar, Bolsonaro "não pode, como agente político, pregar o
retorno da ditadura".
"E
se ele o fizer, temos todo o direito de contestá-lo e colocá-lo em seu devido
lugar. Bolsonaro não vai conseguir impingir ao Brasil sua ideologia doente,
ultrapassada e fascista. O caso dele é com a Justiça", afirma ele.
Na
visão de Natalini, a projeção nacional do deputado está ligada à desmoralização
das esquerdas, devido "aos escândalos de corrupção protagonizados pelo
PT".
"Os
erros do PT permitiram que se criasse uma corrente de opinião contra à
verdadeira esquerda, que nunca existiu no Brasil. A extrema direita, que estava
adormecida, aproveitou-se desse vácuo. Bolsonaro é fruto dessa
roubalheira", opina.
"Se
nossa democracia tem defeitos, precisamos corrigi-la. Muito piores são os
regimes militares, de esquerda ou de direita", acrescenta.
Apesar
de criticar Bolsonaro, Natalini defende o impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Segundo ele, não há "golpe".
"A
Constituição brasileira prevê que o presidente pode sofrer impeachment se tiver
cometido crimes de responsabilidade. Foi o que aconteceu com as chamadas
pedaladas fiscais", diz.
Image captionUstra era um
dos mais temidos militares nos anos de chumbo
Um dos mais temidos militares nos anos de chumbo, Ustra chefiou
o DOI-Codi, órgão de repressão do 2º Exército em São Paulo. Ele foi apontado
por dezenas de perseguidos políticos e familiares das vítimas como responsável
por perseguição, tortura e morte de opositores.
Conhecido
pelo apelido de "Doutor Tibiriçá", ele foi acusado pelo
desaparecimento e morte de pelo menos 60 pessoas. Durante sua gestão, pelo
menos 500 casos de tortura teriam sido cometidos nas dependências do DOI-Codi.
Único
militar brasileiro declarado torturador pela Justiça, Ustra foi denunciado pelo
MPF (Ministério Público Federal) pela morte do militante comunista Carlos
Nicolau Danielli em dezembro de 1972. Mas não houve tempo para sua condenação.
Ustra morreu em setembro do ano passado em Brasília. Ele sofria de câncer de
próstata.
Os
bandidos que assaltaram a agencia do Banco da Amazônia em Ruròpolis no Oeste do
para, quatro deles morreram hoje em confronto com a policia,
no dia 11 deste mês segunda feira passada, a agencia do banco da Amazônia de Ruròpolis foi assaltada pelo um bando de bandidos fortemente armados, e fugiram deixando pra trás a destruição e levando terror a população, fugiram na BR 163 em direção Itaituba e foram surpreendidos pela policia, desceram na transamazônica direção a cidade de Placas, outro pelotão já estava a sua espera, ficaram rodando nos bairros da cidade, o destacamento de policia militar no comando do Major Alexandre no intuito de defender a integridade física dos civis não confrontou os bandidos nas áreas urbano, fechou todas as saídas permitido que os assaltantes entrasse no travessão da cachoeira. e então começou a perseguição implacável, tendo o apoio de diversas departamento especial da policia militar e civil.
na madrugada de terça feira ouve um confronto entre policias e os
bandidos no Travessão da Cachoeira os
bandidos se retirarão deixaido uma espingarda calibre 12
Na noite de Ontem Domingo (18) uma GU
ao comando do CB Bahia, que estava localizada na vicinal da Cachoeirinha
trocou tiros com assaltantes que bateram em retirada para dentro da mata. Tiros
de Fuzil contra a guarnição foram disparados. Já nessa manhã de Segunda
feira (19) novo confronto aconteceu e toda a tropa se deslocou para o
local.
como se ver morreram quatro
assaltantes neste confronto com a policia.
Veja o povo de Ruròpolis em uma manifestação como se diz obrigado policial
Numa das
primeiras reações públicas do governo após a Câmara autorizar a abertura do
processo de impeachment, o advogado-geral da União José Eduardo Cardozo afirmou
que a presidente Dilma Rousseff "não se curvará" e vai lutar até o
fim por seu mandato.
Segundo Cardozo,
a decisão dos deputados foi puramente política e não tem embasamento jurídico
para caracterizar um crime de responsabilidade que justifique seu impedimento.
O Planalto avalia
recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para questionar se há justa causa,
ou seja, se as questões orçamentárias tratadas na denúncia podem configurar o
crime. A acusação contra Dilma leva em conta as chamadas pedaladas fiscais e
decretos que ampliaram os gastos federais em R$ 3 bilhões.
Cardozo disse que
Dilma fará um pronunciamento nesta segunda (18) para se manifestar sobre o
avanço do processo e sustentou que a presidente não tem apego ao cargo.
Ele afirmou que o desfecho do impeachment na Câmara foi recebido com
"indignação e tristeza".
"A
presidente não se abaterá e nem deixará de lutar. Ela não tem apego a cargos,
mas apego a princípios. Ela dedicou sua vida à luta por certos princípios,
esteve presa na ditadura e não se acovardou, não fugiu da luta e luta pela
democracia. Se alguém imagina que ela vá se curvará, se engana", disse.
"Uma pessoa
que luta por causas vai até o fim nessa luta para escrever na história que ela
não se acovardou", completou o ministro, destacando que Dilma é uma mulher
forte e que não está envolvida em corrupção.
Cardozo reforçou
que, para o governo, há um golpe em andamento no país e chegou a comparar a
decisão da Câmara neste domingo ao golpe militar de 1964.
O ministro criticou os debates feitos pelos deputados sobre o processo de
impeachment argumentando que não foi dada a devida atenção a parte técnica do
processo e atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cardozo disse que
a mão de Cunha esteve em todas as etapas do processo, mesmo sendo réu na Lava
Jato, e agiu para acelerar a tramitação. "A presença de Eduardo Cunha nos
traz a indignação, principalmente, porque ele ser juiz maior de um processo
contra uma mulher honrada".
O chefe da AGU
disse acreditar que o processo poderá ser revertido no Senado - mesmo a maioria
dos senadores indicando que podem aprovar o afastamento. Para Cardozo, o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conduzirá a questão de forma
ponderada.
"Não tenho a
menor dúvida [de uma virada] porque a razão está do nosso lado", afirmou.
PREFEITO DE MONTES CLAROS É PRESO DURANTE OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL
Gestor usou de
meios fraudulentos para beneficiar o hospital dele, diz PF.
Secretária de Saúde também foi alvo de mandado de prisão.
PF cumpre mandado de busca e apreensão na prefeitura (Foto: Délio
Pinheiro/ Inter TV)
O prefeito de Montes Claros Ruy Adriano Borges
Muniz (PSB) foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta
segunda-feira (18), em Brasília (DF). Ele deve chegar à cidade ainda nesta
segunda. A Justiça também expediu mandado de prisão contra a atual Secretária
de Saúde do município, Ana Paula Nascimento. A operação "Máscara da
Sanidade II - Sabotadores da Saúde" deve cumprir quatro mandados de busca
e apreensão na prefeitura, secretaria de Saúde e na casa dos envolvidos.
Muniz é casado com a deputada federal Raquel Muniz (PSD) que votou neste
domingo (17), a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff
(PT). Ela destacou a gestão do marido ao proferir o voto. " Meu voto é em
homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito e o
prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão".
Segundo as investigações, os acusados usaram de
meios fraudulentos para tentar inviabilizar o funcionamento dos hospitais
Universitário Clemente Faria, Santa Casa, Aroldo Tourinho e Dilson Godinho, em Montes Claros. Eles pretendiam favorecer o
Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira, que segundo a PF,
pertence ao prefeito, seus familiares e respectivo grupo econômico.
O prefeito e a Secretária de Saúde devem responder pelos crimes de falsidade
ideológica majorada, dispensa indevida de licitação pública, estelionato
majorado, prevaricação e peculato.
A assessoria de comunicação da prefeitura foi
procurada, mas até o