Ao todo, 113 mandados judiciais estão sendo cumpridos em seis estados.
Ex-governadores
são alvo da Operação Ápia da PF
(Foto: Luciano Ribeiro/ATN)
(Foto: Luciano Ribeiro/ATN)
A
operação é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e
Controladoria Geral da União.
Ao
todo, 350 policiais participam da operação cumprindo 113 mandados judiciais
expedidos pela Justiça Federal sendo 19 mandados de prisão temporária, 48 de
condução coercitiva e 46 de busca e apreensão no Tocantins, Maranhão, Goiás, Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Brasília (DF) e Cocalinho (MT).
No
Tocantins, a operação é realizada em Araguaína, Gurupi, Goiatins, Formoso do
Araguaia, Riachinho e Palmas. Em Goiás, nas cidades de Goiânia, Aparecida de
Goiânia e Anápolis. No Maranhão, em São Luís, Governador Nunes
Freire e Caxias.
Segundo
a Polícia Federal, a investigação apontou um esquema de direcionamento de
concorrências envolvendo órgãos públicos de infraestrutura e agentes públicos
do Estado, nos anos de 2013 e 2014.
O
ex-governador do Tocantins Sandoval Cardoso foi preso
temporariamente nesta quinta-feira (13) durante a Operação Ápia da Polícia
Federal, que investiga uma fraude de R$ 1,2 bilhão em licitações. Outro
ex-governador do estado, Siqueira Campos também é alvo da operação. Ele foi
conduzido coercitivamente para prestar depoimento.
A
operação visa desarticular uma organização criminosa que atuou no Tocantins
fraudando licitações públicas e execução de contratos administrativos para a
terraplanagem e pavimentação asfáltica em rodovias estaduais.
A
defesa de Siqueira Campos foi procurada e diz que vai se posicionar sobre o
caso nesta manhã. A defesa de Sandoval ainda não foi encontrada.
Também
são alvos a Secretaria de Infraestrutura de Tocantins, a empresa Vídeo BG e a
empresa Barra Grande Construtora. Esta foi procurada e diz que não tem ninguém
para comentar sobre o caso.
Agentes
da PF cumprindo mandado na casa de
Siqueira Campos
(Foto: Sydney Neto/TV Anhanguera)
Siqueira Campos
(Foto: Sydney Neto/TV Anhanguera)
As
obras, conforme as investigações, foram custeadas por recursos públicos
adquiridos pelo Estado, por meio de empréstimos bancários internacionais e com
recursos do BNDES, tendo o Banco do Brasil como agente intermediário dos
financiamentos no valor total de cerca de R$ 1,2 bilhão. Os recursos adquiridos
tiveram a União como garantidora da dívida.
A
PF disse que chamou a atenção dos investigadores o fato de que, em um dos
contratos, uma empreiteira pediu mais de 1.500 caminhões carregados de brita
para completar uma obra. Se enfileirados, esses veículos cobririam uma
distância de 27 km, ultrapassando a extensão da própria rodovia.
Em
outra situação, segundo a PF, a perícia demonstrou que para a realização de
determinadas obras, nos termos do contrato celebrado, seria necessário o
emprego de mão de obra 24 horas por dia, ininterruptamente, o que seria
inviável do ponto de vista prático.
A polícia estima que o prejuízo aos cofres públicos gire em torno de 25% dos valores das obras contratadas, o que representa aproximadamente R$ 200 milhões.
Os investigados devem responder pelos crimes de formação de cartel, desvio de finalidade dos empréstimos bancários adquiridos, além de peculato, fraudes a licitação, fraude na execução de contrato administrativo e associação criminosa.
A polícia estima que o prejuízo aos cofres públicos gire em torno de 25% dos valores das obras contratadas, o que representa aproximadamente R$ 200 milhões.
Os investigados devem responder pelos crimes de formação de cartel, desvio de finalidade dos empréstimos bancários adquiridos, além de peculato, fraudes a licitação, fraude na execução de contrato administrativo e associação criminosa.
Participação no esquema
Siqueira Campos e Sandoval Cardoso foram governadores entre 2011 e 2014. Conforme a decisão da Justiça Federal, eles atuaram diretamente no contrato de financiamento firmado com o Banco do Brasil.
Siqueira Campos e Sandoval Cardoso foram governadores entre 2011 e 2014. Conforme a decisão da Justiça Federal, eles atuaram diretamente no contrato de financiamento firmado com o Banco do Brasil.
Na
decisão, o MPF argumenta que Siqueira "protagonizou fato incomum" às
vésperas das eleições de 2014, quando renunciou ao cargo de governador,
acompanhado do vice, João Oliveira. Após a renúncia, Sandoval Cardoso, então
presidente da Assembleia Legislativa, assumiu o governo.
O
MPF alega que a renúncia de Siqueira Campos fazia parte de um plano arquitetado
para manter o mesmo grupo político no poder e eleger o filho de Siqueira
Campos, José Eduardo Siqueira Campos, como deputado estadual.
O
órgão diz ainda que o deputado estadual seria "beneficiário das doações
eleitorais das empresas investigadas, assim como Sandoval Cardoso e Carlos
Eduardo Torres Gomes, que concorreram, no mesmo pleito, aos cargos de
governador e de senador, respectivamente”
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fonte G1 da globo
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