Setor
mineral também alavanca indicador de crescimento na média salarial do
trabalhador da indústria (Foto: Agência Vale)
Ocupando
a 12ª colocação entre os 27 Estados brasileiros, incluído aí o Distrito
Federal, no tocante à formação do Produto Interno Bruto (PIB), o Estado do Pará
ganha quatro posições e passa a ocupar o oitavo lugar quando o parâmetro passa
a ser o PIB industrial. Essa variação põe em relevo, mais uma vez, o peso da
atividade mineral na economia do Estado. Mais que qualquer outro fator, é a
grandeza dos números relativos à indústria de mineração que explica essa
singularidade num Estado cujo processo de industrialização é ainda incipiente.
Esse e
outros dados, que fazem uma radiografia bastante detalhada do setor em todo o
Brasil, foram revelados em estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Intitulado “Perfil da Indústria nos Estados – 2014”, o estudo vai fundo no
detalhamento dos números, compondo um mosaico que retrata com bastante nitidez
a realidade atual da indústria no país. Na pesquisa aparecem com desconcertante
precisão, por exemplo, os números que atestam a fragilidade da atividade
industrial na Região Norte e sua maciça concentração nas regiões Sudeste e Sul,
as mais ricas e desenvolvidas do Brasil,
Para um
PIB nacional de R$ 4,1 trilhões em 2011, base do levantamento feito pelo CNI, o
Pará entrou com R$ 88,3 bilhões. O primeiro colocado foi São Paulo, com R$ 1,3
trilhão, vindo a seguir o Rio de Janeiro (R$ 462,3 bilhões) e Minas Gerais (R$
386,1 bilhões), além de Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Distrito
Federal, Bahia, Goiás, Pernambuco e Espírito Santo. Abaixo do Pará, na
composição do PIB nacional, estão, entre outras unidades, Ceará, Mato Grosso, Amazonas
e Maranhão.
Na
composição do PIB industrial, as três primeiras colocações também pertencem,
pela ordem, a São Paulo (R$ 304,1 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 120 bilhões) e
Minas Gerais (R$ 111,3 bilhões). O Pará permanece ainda atrás de Rio Grande do
Sul, Paraná, Santa Catarina e Bahia, mas supera outras quatro unidades para
chegar à oitava posição, ficando à frente do Espírito Santo, Goiás, Amazonas e
Distrito Federal. O PIB industrial paraense, segundo o levantamento da CNI, foi
de R$ 34,3 bilhões em 2011, sendo superado por pequena margem pelo da Bahia,
que foi de R$ 3,6 bilhões.
Quando o
cálculo tem como foco a participação da indústria no PIB dos Estados, o Pará
assume a liderança absoluta do ranking nacional. Aqui, mais uma vez refletindo
o peso avassalador da indústria extrativa mineral, a indústria responde por
38,9% do PIB estadual. O segundo lugar, em termos nacionais, coube ao nosso
vizinho Amazonas, com 34,8% – um claro efeito produzido pelo pujante distrito
industrial da Zona Franca de Manaus.
Em São
Paulo, Estado que é considerado – com razão – a locomotiva econômica do país, a
indústria tem uma participação relativamente modesta (22,5%) na formação do
PIB. Os cinco Estados brasileiros onde a atividade industrial tem menor
expressão econômica são, pela ordem, Distrito Federal (5,6%), Amapá (7,5%),
Roraima (10,5%), Acre (12,3%) e Maranhão (15,6%).
O estudo
da CNI mostra ainda um dado triste da realidade econômica do Pará, que continua
sendo basicamente um exportador de matérias primas. O Estado, que no ano
passado exportou quase US$ 16 bilhões, registra valores pouco expressivos nas
vendas externas de manufaturados e produtos industrializados. Estes últimos
somaram US$ 2,5 bilhões (15,9% do total) em 2011, segundo a CNI, enquanto os
manufaturados ficaram em US$ 1,3 bilhão (8,4%).
SALÁRIOS
SALÁRIOS
Um
indicador em que o Pará faz bonito é o do salário industrial médio. Trabalhando
com dados relativos a 2013, o estudo da Confederação Nacional da Indústria
aponta o Pará na quinta posição em todo o Brasil, com salário médio na
indústria de R$ 1.968,00. Também aqui, convém destacar, fica nítida a
influência das grandes mineradoras, em especial a Vale, cujo padrão salarial
puxa para cima a média no Estado.
Para que
se tenha ideia, nesse indicador o Pará supera Estados bem mais ricos e
desenvolvidos, alguns deles com alta densidade industrial, mas nos quais as
outras atividades econômicas – como a agropecuária, o comércio e os serviços –
são também suficientemente fortes para estabelecer um relativo equilíbrio na
economia interna. São os casos, por exemplo, do Rio Grande do Sul, onde o
salário médio da indústria fica em R$ 1.858,00, ou ainda de Minas Gerais (R$
1.812,00) e mesmo de Santa Catarina (1.702).
LEIA
MAIS:
(Fonte Diário
do Pará)
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