Todos são suspeitos de envolvimento em crimes descobertos na Lava Jato.
MPF apresentou denúncia na segunda-feira (16), em Curitiba.Vaccari está entre os denunciados pelo MPF
(Foto: Rede Globo)
A Justiça Federal aceitou nesta segunda-feira (23)
a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o tesoureiro do Partido
dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto, e contra o ex-diretor de Serviços da
Petrobras Renato de Souza Duque.
Ambos e mais 25 pessoas - também denunciadas pelo
MPF - se tornaram réus diante da Justiça Federal sob a acusação de corrupção,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Na tarde desta segunda, o PT divulgou nota na qual
afirma que "não são verdadeiras" as acusações
contra Vaccari e que ele está à disposição das autoridades para prestar
esclarecimentos.
O MPF apresentou a denúncia na segunda-feira (16), dia em que a 10ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada. Foi nesta fase que Duque foi detido pela segunda vez. O pedido de prisão foi motivado por movimentações financeiras realizadas pelo ex-diretor em contas bancárias do exterior.
O MPF apresentou a denúncia na segunda-feira (16), dia em que a 10ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada. Foi nesta fase que Duque foi detido pela segunda vez. O pedido de prisão foi motivado por movimentações financeiras realizadas pelo ex-diretor em contas bancárias do exterior.
O doleiro Alberto Youssef - apontado como o líder
do esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras - o
ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o engenheiro Pedro
José Barusco Filho, que era gerente-executivo de Serviços e Engenharia e braço
direito de Duque, também foram denunciados.
Nesta ação, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em primeira instância, deixou de receber denúncia contra Youssef pelo crime de corrupção, pelo fato do doleiro já responder por este crime em outras ações penais.
"Há aparentemente litispendência com as imputações já pendentes. Concedo ao MPF o prazo de cinco dias para esclarecer o ponto, especificamente se os crimes de corrupção a ele imputados na presente ação penal já não estão abarcados pelas outra denúncia", diz trecho do despacho.
Nesta ação, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em primeira instância, deixou de receber denúncia contra Youssef pelo crime de corrupção, pelo fato do doleiro já responder por este crime em outras ações penais.
"Há aparentemente litispendência com as imputações já pendentes. Concedo ao MPF o prazo de cinco dias para esclarecer o ponto, especificamente se os crimes de corrupção a ele imputados na presente ação penal já não estão abarcados pelas outra denúncia", diz trecho do despacho.
Moro também faz ressalvas quanto aos acusados por
intermediação das propinas, que na avaliação do magistrado, "não podem
responder, pelos mesmos atos, por crimes de corrupção ativa e passiva como
sugere a denúncia".
Os 27 réus são:
-Adir Assad
-Agenor Franklin Magalhães Medeiros
-Alberto Elísio Vilaça Gomes
-Alberto Youssef
-Ângelo Alves Mendes
-Augusto Ribeiro de Mendonça Neto
-Dario Teixeira Alves Júnior
-Francisco Claudio Santos Perdigão
-João Vaccari Neto
-José Aldemário Pinheiro Filho
-José Américo Diniz
-José Humberto Cruvinel Resende
-Julio Gerin de Almeida Camargo
-Lucélio Roberto Von Lehsten Góes
-Luiz Ricardo Sampaio de Almeida
-Mario Frederico Mendonça Góes
-Marcus Vinícius Holanda Teixeira
-Mateus Coutinho de Sá Oliveira
-Paulo Roberto Costa
-Pedro José Barusco Filho
-Renato de Souza Duque
-Renato Vinícios de Siqueira
-Rogério Cunha de Oliveira
-Sérgio Cunha Mendes
-Sonia Mariza Branco
-Vicente Ribeiro de Carvalho
-Waldomiro de Oliveira
-Adir Assad
-Agenor Franklin Magalhães Medeiros
-Alberto Elísio Vilaça Gomes
-Alberto Youssef
-Ângelo Alves Mendes
-Augusto Ribeiro de Mendonça Neto
-Dario Teixeira Alves Júnior
-Francisco Claudio Santos Perdigão
-João Vaccari Neto
-José Aldemário Pinheiro Filho
-José Américo Diniz
-José Humberto Cruvinel Resende
-Julio Gerin de Almeida Camargo
-Lucélio Roberto Von Lehsten Góes
-Luiz Ricardo Sampaio de Almeida
-Mario Frederico Mendonça Góes
-Marcus Vinícius Holanda Teixeira
-Mateus Coutinho de Sá Oliveira
-Paulo Roberto Costa
-Pedro José Barusco Filho
-Renato de Souza Duque
-Renato Vinícios de Siqueira
-Rogério Cunha de Oliveira
-Sérgio Cunha Mendes
-Sonia Mariza Branco
-Vicente Ribeiro de Carvalho
-Waldomiro de Oliveira
A denúncia
Quinze denunciados são de empreiteiras, cinco são operadores, quatro são ligados aos operadores, dois ex-diretores da Petrobras e um ex-gerente. A denúncia envolve desvios de recursos da Petrobras em quatro obras: Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria de Paulínia (Replan), Gasoduto Pilar/Ipojuca e Gasoduto Urucu Coari. As empresas responsáveis por estas obras são OAS, Mendes Júnior e Setal.
Quinze denunciados são de empreiteiras, cinco são operadores, quatro são ligados aos operadores, dois ex-diretores da Petrobras e um ex-gerente. A denúncia envolve desvios de recursos da Petrobras em quatro obras: Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria de Paulínia (Replan), Gasoduto Pilar/Ipojuca e Gasoduto Urucu Coari. As empresas responsáveis por estas obras são OAS, Mendes Júnior e Setal.
MPF fala sobre a Operação Lava Jato, em Curitiba
(Foto: Fernando Castro/G1)
(Foto: Fernando Castro/G1)
De acordo com a denúncia, Vaccari participava de
reuniões com Duque para tratar de pagamentos de propina, que era paga por meio
de doações oficiais ao PT. Dessa maneira, os valores chegavam como doação
lícita, mas eram oriundas de propina.
O MPF aponta que foram 24 doações em 18 meses, no
valor de R$ 4,260 milhões.
O tesoureiro do PT indicava em que contas deveriam
ser depositados os recursos de propina, segundo o MPF. "Vaccari tinha
consciência de que os pagamentos eram feitos a título de propina", afirmou
o procurador do MPF Deltan Dallagnol durante entrevista coletiva nesta tarde,
em Curitiba.
Além de Dallagnol, participam da coletiva o
procurador do MPF Roberson Henrique Pozzobon e o delegado da Polícia Federal
Marcio Anselmo.
Duque voltou a ser preso nesta segunda-feira (16)
(Foto: GloboNews)
(Foto: GloboNews)
Segundo o MPF, as penas para os crimes apontados
são: formação de quadrilha, um a três anos; corrupção, dois anos e oito meses a
21 anos e quatro meses; e lavagem de dinheiro, de quatro anos a 16 anos e oito
meses. Combinados os crimes, porém, as penas podem ultrapassar 100 anos de
prisão.
Duque se cala na CPI
O ex-diretor de Serviços da Petrobras foi até a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Congresso Nacional, que apura as denúncias de irregularidades na estatal. Ele se recusou a responder às perguntas dos deputados federais. Já em sua primeira manifestação na CPI o ex-dirigente advertiu aos parlamentares que, por orientação de seus advogados, ele iria exercer o direito constitucional de ficar em silêncio.
Duque se cala na CPI
O ex-diretor de Serviços da Petrobras foi até a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Congresso Nacional, que apura as denúncias de irregularidades na estatal. Ele se recusou a responder às perguntas dos deputados federais. Já em sua primeira manifestação na CPI o ex-dirigente advertiu aos parlamentares que, por orientação de seus advogados, ele iria exercer o direito constitucional de ficar em silêncio.
Outros presos
O empresário paulista Adir Assad também foi preso. De acordo com o procurador Pozzobon, Assad aparece como um novo operador do esquema de propina, atuando junto às empresas prestadoras de serviço à Petrobras.
O empresário paulista Adir Assad também foi preso. De acordo com o procurador Pozzobon, Assad aparece como um novo operador do esquema de propina, atuando junto às empresas prestadoras de serviço à Petrobras.
Assad é engenheiro civil e promove shows e eventos no
Brasil. Ele trouxe a banda U2, a cantora Amy Winehouse e
Beyonce para o país. Ele também era dono das empresas JMS Terraplanagem Ltda.,
S Terraplanagem Ltda. e Rock Star Marketing.
Adir também já foi alvo em outros escândalos e foi
investigado pela CPI do bicheiro Carlos Cachoeira, no Congresso Nacional, como
suposto intermediário de propinas envolvendo a empreiteira Delta com o
Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit).
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Góes recebeu propina de R$ 40 milhões
Também foi preso Lucélio Góes, filho de Mário Góes,
apontado pela Polícia Federal como um dos operadores do esquema e que está
detido desde fevereiro deste ano.
De acordo com Pozzobon, o pedido de prisão contra Adir
Assad foi estruturado após a apreensão de notas fiscais na casa de Mário Góes.
De acordo com os policiais, o nome faz referência a
uma frase dita por Duque quando foi preso pela primeira vez, em novembro de
2014.
Ao despachar favorável ao mandado de prisão, o juiz
Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, afirmou que o
ex-diretor de Serviços da Petrobras "esvaziou" contas na Suíça e
enviou € 20 milhões para contas secretas no principado de Mônaco. O dinheiro,
que não havia sido declarado à Receita Federal, acabou bloqueado pelas
autoridades do país europeu.
“Autoridades estrangeiras comprovaram que Duque recentemente movimentou seus recursos de contas na Suíça titularizados por ele para contas de outros países na Europa. Notadamente, o principado de Mônaco, ao qual recebeu ainda no segundo semestre de 2014 quantia que superava R$ 5 milhões”, disse o procurador.
“Autoridades estrangeiras comprovaram que Duque recentemente movimentou seus recursos de contas na Suíça titularizados por ele para contas de outros países na Europa. Notadamente, o principado de Mônaco, ao qual recebeu ainda no segundo semestre de 2014 quantia que superava R$ 5 milhões”, disse o procurador.
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