Ao mesmo tempo, economistas preveem
retração maior do PIB em 2015. Expectativa de retração da economia cai de -0,78%
para -0,83% neste ano
Pela primeira vez, os economistas das
instituições financeiras previram que a inflação oficial do país, medida pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá superar a barreira
dos 8% em 2015, o que, se confirmado, será o maior patamar desde 2003 (9,3%).
Segundo o relatório de mercado
divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central, fruto de pesquisa com
mais de 100 analistas de bancos na semana passada, a estimativa para o IPCA
deste ano passou de 7,93% para 8,12%. Para 2016, a previsão subiu de 5,60% para
5,61%.
Segundo analistas, a alta do dólar e
dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas
de ônibus, entre outros) pressionam os preços em 2015. Além disso, a inflação de
serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Na semana passada, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial do
país, medida pelo IPCA-15, ficou em1,24% em março. No acumulado de 12 meses, o
índice foi para 7,9%, o maior desde maio de 2005 (8,19%). Em março de 2014, o
IPCA-15 havia sido 0,73%. No ano, a taxa é de 3,5%.
Produto Interno Bruto
No caso do PIB, a previsão dos
economistas do mercado financeiro passou a ser de um retração passou de 0,83%
neste ano, contra uma contração de 0,78% anteriormente. Se confirmada, será o
maior ” encolhimento” da economia brasileira desde 1990, quando se retraiu
4,35%, ou seja, em 25 anos. A piora na projeção do mercado, na última semana,
foi a décima segunda seguida.
O PIB é a soma de todos os bens e
serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de
quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Para
2016, o mercado baixou sua expectativa de uma alta de 1,30% para um crescimento
um pouco menor, de 1,20%.
As previsões do mercado financeiro
mostram que um cenário de recessão no fim de 2014 e início de 2015 não pode ser
descartado. A recessão técnica se caracteriza por dois trimestres consecutivos
de contração do PIB. A prévia do PIB divulgada recentemente pelo Banco Central
indicou uma retração de 0,15% nos três últimos meses do ano passado, contra o
trimestre anterior.
Os dados oficiais do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o PIB do quarto tirmestre do
ano passado, e também de todo ano de 2014, serão divulgados somente em 27 de
março. No fim de outubro, o IBGE informou que a economia brasileira saiu por
pouco da recessão técnica no terceiro trimestre de 2014 – quando o PIB cresceu
0,1% na comparação com o trimestre anterior.
Taxa de juros
Após o Banco Central ter subido os
juros para 12,75% ao ano no início de março, o maior patamar em seis anos, o
mercado manteve a expectativa de que a taxa termine 2015 em 13% ao ano – o que
pressupõe mais uma alta até o fim deste ano. Para o fechamento de 2016, a
estimativa dos analistas permaneceu em 11,50% ao ano.
A taxa básica de juros é o principal
instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de
metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir
objetivos pré-determinados. Em 2015 e 2016, a meta central é de 4,5% e o teto é
de 6,5%.
Câmbio, balança comercial e
investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a
projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 subiu de R$
3,06 para R$ 3,15 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas
para a taxa de câmbio avançou de R$ 3,11 para R$ 3,20 por dólar.
A projeção para o resultado da
balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em
2015 subiu de US$ 3 bilhões para US$ 3,5 bilhões. Para 2016, a previsão de
superávit comercial avançou de US$ 10 bilhões para US$ 11 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada
de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou caiu de US$ 57,5 bilhões
para US$ 56,5 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte
ficou estável em US$ 58 bilhões.
Fonte: ORMNews.
Fonte: ORMNews.
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