Após a divulgação de gravações de
conversas do ex-presidente da Transpetro e delator daLava Jato Sérgio Machado com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
Ministério Público Federal (MPF) estuda pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF)
oafastamento do senador, de acordo com o jornal Valor Econômico.
Os diálogos revelam suposta tentativa
de interferir nas investigações. Integrantes da força-tarefa da Lava Jato
entendem que Renan estaria usando o cargo para obstruir a Justiça,
de acordo com a reportagem. E por isso estudam a elaboração de uma ação
cautelar para que ele deixe de presidir o Congresso.
Além dos áudios, outro elemento que
poderá servir de base para o pedido é o relato do filho de Machado, o
empresário Expedito Machado Neto, segundo o Valor.
Ele também fechou um acordo de
delação premiada com informações sobre contas e offshores mantidas no exterior
com ligação com o PMDB, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo.
Expedito é apontado como operador financeiro da cúpula do partido no
Senado.
Em conversa com Machado, Renan dá
demonstrações de estar preocupado em minimizar a efetividade da colaboração
premiada ao comentar a possibilidade de afastamento do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Antes de passar a borracha,
precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo (têm de) fazer. Primeiro, não
pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a
delação e estabelece isso", afirmou o senador, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.
Renan é investigado em nove
inquéritos sobre corrupção na Petrobras e em um da Operação Zelotes, sobre
compra de medidas provisórias. Ele responde ainda a dois outros inquéritos por
irregularidades no pagamento de pensão alimentícia.
A assessoria do peemedebista não
respondeu ao Valor.
© EVARISTO SA via Getty Images
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