sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pará está em 3º em número de homicídios

(Foto: Ney Marcondes)
Entre 2000 e 2010, o Pará passou da 21ª posição para o terceiro lugar nacional na taxa de homicídios, de acordo com levantamento do Mapa da Violência de 2012. Elaborado com base em informações do Ministério da Justiça e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, o estudo aponta que a taxa de homicídio do Estado é de 45,9 por 100 mil habitantes. Apenas Alagoas e Espírito Santo apresentam índices maiores no infame ranking.
Os jovens são as principais vítimas da violência. Os homicídios de adolescentes e jovens com idades entre 15 e 24 anos saltou de 297, em 1998, para 1.086, em 2008. Um aumento de 265.7% em dez anos, segundo a edição 2011 do Mapa da Violência.
Apesar dos índices nacionais indicarem uma situação alarmante, os órgãos de segurança pública do Estado parecem preferir omitir o caso. Entidades ligadas à defesa dos direitos humanos alegam terem dificuldade de acesso a dados atualizados sobre a violência contra jovens no Pará.

INFORMAÇÕES
Desde o dia 6 de dezembro de 2011, o Grupo de Monitoramento da Violência Letal Contra Adolescentes e Jovens no Estado do Pará vem solicitando dados junto à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), à Delegacia Geral da Polícia Civil, ao Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” e ao Ministério Público Estadual (MPE). Contudo, nenhum dos órgãos referidos respondeu a solicitação, com exceção do MPE, que afirmou não dispor das informações solicitadas, com a justificativa que “não constam as idades das partes (sejam autores ou vítimas) no sistema de cadastros dos processos”.
“Ignoraram nosso pedido. Isto inviabiliza as pesquisas sobre o alto índice de letalidade da juventude e, por consequência, a formulação de propostas de políticas públicas sérias. O mais grave é o Ministério Público (Estadual) dizer que não tem as informações por faixa etária. Soa como omissão desses órgãos”, afirma Bruno Guimarães, advogado do Centro de Defesa dos Direitos das Crianças e do Adolescente (Cedeca), uma das doze entidades que compõe o grupo de monitoramento idealizado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará (AL)
Criado no dia 1º de dezembro de 2011, a iniciativa da AL surgiu sob o impacto da chacina de seis adolescentes em Icoaraci, distrito de Belém. O caso ocorrido no dia 19 de novembro de 2011 teve repercussão nacional pela crueldade: o grupo de jovens entre 14 e 17 anos foi rendido por dois homens encapuzados em uma moto e abatidos a tiros na nuca.
No dia 25 de novembro de 2011, foi decretada a prisão temporária do ex-policial Rosevan Moraes de Almeida, apontado pela investigação criminal como autor dos tiros. Ele já havia sido preso em 2008 - durante a operação Navalha na Carne -, sob acusação de liderar um grupo de extermínio que havia matado pelo menos 23 pessoas.

MONITORAMENTO
Pelas características de crime de execução, foi pensado o grupo com o intuito de monitorar o andamento do inquérito policial que apura a chacina de Icoaraci.
“Mas os crimes contra os jovens eram tantos e tão frequentes que o nosso raio de ação teve que ser ampliado. Unimo-nos para cruzar informações e levantar dados de crimes,
erroneamente atribuídos a ‘acerto de contas’ com traficantes ou a ‘atos de resistência’ contra a ação da polícia. Existe uma agenda - que não é explícita, mas sistemática - de limpeza social desses jovens negros, pobres e moradores da periferia”, analisa o advogado Marcelo Costa, da Sociedade Paraense de Direitos Humanos, também signatária do grupo de monitoramento da AL.
Apesar dos entraves encontrados, o trabalho de monitoramento do grupo já aponta resultados. Como a existência de dois possíveis grupos de extermínio: um em Ananindeua e outro na capital paraense. “Existe uma série de denúncias à Colônia Penal Heleno Fragoso. Por ser uma casa para detentos cumprindo regime semiaberto, a relativa ‘liberdade’ desses presos funcionou como álibi para cometer uma série de crimes e saírem ilesos, já que já estão supostamente presos. Grande parte dos crimes de mando da região foram cometidos por pessoas de lá. A CPI do Tráfico Humano apontou o local como um fator desestabilizador da segurança da Região Metropolitana de Belém”, afirma Costa.
Em setembro de 2011, uma jovem de 14 anos afirmou ter sido estuprada nas dependências da colônia penal agrícola localizada no município de Santa Isabel, a 52 quilômetros da capital. Por três dias, detentos abusaram da criança sem que nenhum agente prisional se manifestasse ou relatasse sua presença no local.
 
DOL

Justiça determina proteção federal a líderes agrários

Pará - A Justiça Federal do Pará determinou que o governo federal incluía quatro líderes agrários no programa de proteção a defensores do direitos humanos, dando garantias de vida a Júnior José Guerra, ameaçado de morte por madeireiros em Altamira, e mais três pessoas.

A medida foi determinada na sexta-feira (17) pela juíza Lucyana Said Daibes Pereira, após ação do Ministério Público Federal (MPF), que considera que o caso é de risco de vida iminente e que diante disso não pode haver espera. A decisão lembra o caso de Dorothy Stang, assassinada em 2005 após várias ameaças, e João Chupel, que denunciou a mesma quadrilha que persegue Júnior Guerra e foi morto a tiros em outubro do ano passado.

“Diante do cenário apresentado, outra solução não há senão a inclusão imediata do interessado e sua família no Programa de Proteção”, diz a decisão, que estabeleceu ainda multa diária de R$ 2 mil ao governo em caso de descumprimento.

A ação judicial foi o recurso encontrado pelo MPF para obter a proteção, depois de vários pedidos de proteção que não foram respondidos ou que foram recusados – caso do Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos do Pará (PEPDDH), que considerou que o ameaçado não preenche as características de uma liderança ameaçada.

O único programa que aceitou fazer a proteção foi o Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Provita), em que ele teria que mudar de cidade e estado, mas o ameaçado recusou. Para ele, “entrar no programa seria o mesmo que premiar os bandidos que estão roubando e matando qualquer pessoa que tiver qualquer divergência com eles”, informou o MPF do Pará.

Os governos federal e estadual deverão colocar policiais para proteger as lideranças, como já ocorre em casos em que policiais militares ou agentes da Força Nacional de Segurança são empregados para proteção de pessoas ameaçadas no país.

Em 2011, o casal extrativista José Claudio da Silva e Maria do Espírito Santo foram mortos em uma emboscada em um assentamento em Nova Ipixuna (PA). O caso gerou repercussão nacional e, em seguida, outros dois ambientalistas foram assassinados. Tropas da Força Nacional foram enviadas ao Pará para proteger testemunhas.

G1

Quatro acidentes são registrados na BR-163 durante carnaval

A Polícia Rodoviária Federal divulgou na quarta-feira (22) os dados da campanha de carnaval na BR-163. Este ano foi registrado quatro acidentes no perímetro urbano da rodovia. Dois há mais que na mesma época em 2011.

O inspetor Wendel da PRF destacou o aumento no número de veículos apreendidos. “É um balanço parcial, mas pelos números houve um aumento considerável no número de veículos. Ano passado não tivemos nenhum veículo retido, esse ano nós retivemos dezessete veículos”. Esse crescimento se deve ao maior fluxo de veículos, enfatiza o inspetor.

A operação contou com duas equipes, um de rotina e um grupo de policiamento tático que se posicionaram em pontos estratégicos durante a fiscalização.

As ações consistiram em verificação de equipamentos, documentação e atenção para infrações de ultrapassagens. “Isso inibiu muito os acidentes”, afirma o inspetor.

Duas pessoas foram presas depois de constatado que estavam dirigindo alcoolizadas. 

(PRF)