segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Oeste do Pará receberá “Balcão de Direitos”


O oeste do Pará e o Alto rio Xingu serão alvos de uma grande ação do programa Balcão de Direitos, da Defensoria Pública do Pará, que vai atuar no combate ao subregistro de nascimento no período de 30 de agosto a 18 de setembro.
O trabalho vai alcançar a população que mora em 18 localidades dos municípios de Juruti, Santarém, Alenquer e Curuá, no oeste do Estado, e ainda no Alto Xingu, especialmente nas cidades e vilas de Altamira, Porto de Moz, Vitória do Xingu.
A estimativa é atender 10 mil pessoas.
Em Juruti, a ação será concentrada nas localidades de Mamuru e Vila do Castanhal. Já em Santarém, as vilas que serão atendidas são Curuai no Lago Grande, Arapixuna, Cooperar, Parauara e Arapiuns.
O programa Balcão de Direitos estará, também, nas localidades de Surubimiri e Curicaca, em Alenquer e comunidades Rida da Ilha e do Polinário, em Curuá. Já no Alto Xingu serão atendidos moradores dos municípios de Porto de Moz, Vitória do Xingu e Altamira, além das vilas da Ressaca e Souzel.
Jucemir Siqueira, coordenador do programa Balcão de Direitos, informou que os serviços serão emissão de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), Cadastro de Pessoa Física (CPF), Registro Geral (RG) e certidão de nascimento.

Há 389 anos, nascia o fundador de Santarém


Europa
1625 – Nasce João Felipe Bettendorff
Nasce em Luxemburgo (Europa), o padre João Felipe Bettendorff (ou Johannes Philippus Bettendorff) , que em 1661, juntamente com o irmão jesuíta Sebastião Teixeira, iriam fundar a Missão de Nossa Senhora da Conceição dos índios Tapajós, no berço do que hoje é a cidade de Santarém (foto acima). Ele morreu também no mês de agosto (de 1698), em Belém.

A MARINA DO MEDO OU O MEDO DA MARINA?



por Joaquim Onésimo Barbosa (*)
Nem bem terminou a primeira semana de programas eleitoreiros, começa-se – diga-se de passagem, viés dos meios de comunicação – a se questionar o real potencial de Marina Silva.
A revista Veja, antes preocupada em ocupar-se das ações do governo, para, neles, achar os limbos que fizessem virar uma tragédia atrás da outra, na edição deste final de semana, traça um duro perfil de Marina, com críticas, ironias e toneladas de interrogações, entre elas a da capa “Marina presidente?”.
A revista Época, para não ser diferente, ainda que em transe pela iminência de ver a ex-ministra do governo Lula no segundo turno, de igual com Dilma, pautou-se no caso jatinho, que, segundo a reportagem, pode ser motivo até de impedimento da candidatura de Marina Silva.
O jornal O Estado de S. Paulo, no mesmo comboio das revistas semanais, questiona a real capacidade de Marina governar um País sem base firme ou sem experiência. Não menos crítico, coloca em xeque a capacidade da candidata sucessora de Eduardo Campos e se, realmente, ela representa os ideais do PSB, uma vez que está claro que Marina é Rede e não PSB. Também, segundo o texto, Marina é um remendo no Partido, sem Campos.
O comportamento dos da grande mídia brasileira é explicável. Faz todo sentido. Quem tem acompanhado a vida política brasileira, costurada pelos meios de comunicação, entende agora esse comportamento.
Acostumados com o comodismo em que surfava Aécio, candidato preferido dos da mídia – ainda que Campos fosse a sua segunda opção – os barões da mídia combinaram, juntos, encapar Aécio, mantê-lo na situação em que se encontrava, uma vez que Eduardo Campos não parecia ameaçar a posição do tucano, pois, até então, de acordo com as pesquisas, não ultrapassava os 10% das intenções de votos.
Também, o percentual de indecisos parecia tender mais para Aécio e não para Campos, o que seria contornado com o início da propaganda eleitoral, ou com as mazelas que foram desenhadas pelos donos dos meios de comunicação para descredenciar Dilma e fortalecer Aécio e, depois, Campos.
Aécio seria poupado disso ou daquilo – algumas vezes arrumariam uma noticiazinha corriqueira para não deixarem transparecer que são tucanos em saia, calça e cueca, ou dar aquela ideia de “imparcialidade” – mas dariam um jeito de contorná-la, enquanto Campos seria poupado de certos infortúnios. As pedradas fortes ficariam para a candidata petista, já em meio ao tiroteio midiático. Ela que segurasse o rojão. Se ela aguentou a ditatura, que aguentasse os barões da mídia.
Tudo combinado. Certamente, diziam eles, a gente dá um jeito, ou, no passo da música, “tá dominado, tá tudo dominado”.
Para que serve um Jornal Nacional, mesmo que em decadência, com seu bem-vestido Bonner e dona Poeta?
Para que serve uma revista Veja, mesmo que descredita pelas suas notícias carregadas de informantes anônimos e empoeirada nas bancas? Para que serve um Estado de S. Paulo, comandado pela família que sente orgulho de ter apoiado a Ditadura, ainda que mais sirva para embrulhar do que para informar? Enfim, para que serve o poder da mídia, que manda e desmanda neste País, que diz quem quer e quem não quer em determinado lugar?
Eles combinaram. Ensaiaram para a festa, que parecia ser a melhor de todas as de que já participaram. Mas esqueceram-se de combinar com as eventualidades do destino.
Após a tragédia que tirou Campos da corrida presidencial, e ainda tontos pela comoção da perda e do velório, todos os comentaristas pitaqueiros de plantão concordavam que Marina deveria ser a sucessora natural de Eduardo Campos, na disputa ao cargo maior da Nação.
De Arnaldo Jabor a Merval Pereira. De Eliane Catanhêde a Reinaldo Azevedo. Estes e tantos outros, em coro, como os sapos tanoeiros do poema parnasiano, cantavam a mesma música, sem mudar um timbre. Fizeram até programas de debates, com direito a bate bola, como se viu na GloboNews.
Agora, por que a situação se volta contra Marina? Por que a ex-ministra do governo Lula passa a ser o alvo das reportagens dos senhores donos das “notícias”?
Talvez porque Marina Silva, como disse em um de seus textos o colunista Luís Nassif, é uma incógnita. Ela é uma caixinha de surpresa. Não se sabe até agora o que ela realmente representa. Sabe-se, por nuvens, que é apadrinhada de Neca Setúbal, herdeira do Itaú, e a responsável pelo plano de governo da candidata agora do PSB. Neca dá entrevistas como se ela é quem fosse governar.
Tem-se colocado, em textos que se podem ler por aí, o duro temperamento de Marina e a incapacidade de contornar situação, a ponto de levar nomes fortes do PSB a se desligarem da equipe de campanha da senhora Silva.
O jornalista Paulo Moreira Leite, em um texto publicado na quinta-feira em seu blog, comenta as incoerências de Marina com relação ao problema de energia. Segundo ele, Marina não tem razão ao criticar o setor elétrico brasileiro, uma vez que, quando foi ministra do meio ambiente do governo Lula, mais atrapalhou do que ajudou a resolver os problemas que se colocavam com relação às construções de hidrelétricas. E, quando contrariada, fazia-se de vítima, como dizem os meus alunos, ficava “chatiada” (com i mesmo).
Marina, em sua passagem pelo ministério do meio ambiente, teve uma atuação apagada, marcada por rusgas, principalmente com Dilma, na época a ministra das minas e energia.
Somam-se a Marina itens e itens. Agora, encalacrada pelos donos da mídia, eles parecem deduzir que Marina não é uma candidata de carne e osso, mas uma invenção, um balão que se encheu para uma festa que já não tem graça.
Certamente, Marina é uma invenção dos próprios que agora começam a lançar chumbo grosso contra ela. Eles a inventaram e agora querem desfazer-se da criatura e, como não têm mais controle da situação, passam a achar nela os negativos da sua trajetória para que ela não alcance voos maiores.
Vendo que Aécio corre o risco de ser um fiasco de candidato – muito pior do que Serra – os senhores que choravam a perda dos espaços que antes eram seus, unicamente seus, veem-se em desespero, quando olham que, no fim do túnel, a luz que lhes parecia próxima, começa a esvair-se e não mais está ao seu alcance.
Com Aécio, a situação seria mais palpável do que com Marina. Embora ela seja simpática a tudo e a todos, ou, como diz a reportagem da Veja, embora ela tenha carisma, eles sabem que seu jeitinho meigo, sua voz suave, suas palavras amenas e nada inteligíveis (quem lê os textos de Marina não entende nada do que ela fala), podem ser uma armadilha capaz de lhes trucidar os planos e, mais uma vez, jogar para bem longe a possibilidade de mandar e desmandar no País.
Marina é uma candidata a candidata que parece ser construída de acordo com a música. Ela serve para alguma coisa. Ela é boa para alguma coisa, porém, os da mídia, ainda não descobriram para quê.
Talvez, sabendo que ela tem serventia, é que eles são simpáticos, até certo ponto, com ela. Talvez, por saberem que,
agora, ela é uma ameaça ao candidato preferido dos senhores, é que eles começam a achar um jeito de jogá-la no fosso onde ela possa hibernar por mais alguns anos até tornar-se a senhora perfeita, com que eles sonham, para comandar o país imaginário, como aquele da Cocanha, descrito por França Júnior.
Marina, para os senhores da mídia, é como aquela personagem de filmes de terror: eles sabem que ela não sairá da tela para trucidá-los, mas morrem de medo quando pensam na possibilidade de encontrarem-na por aí quando abrirem a porta.
Para desespero deles, ela está aí, esbanjando vida e atazanando a vida de Aécio, que agora precisará, mais do que nunca, das forças do além, se quiser chegar ao Planalto.
Por que o avião de Campos foi cair justamente no melhor momento da festa? Plim! Plim!