sexta-feira, 8 de abril de 2016

AO MENOS 53 DELEGADOS PODEM ENTREGAR SEUS CARGOS

 Entrega dos cargos comissionados é uma resposta à coação sofrida pela delegada Daniela Santos. (Foto: Divulgação/Adepol)
Circula nas redes sociais uma relação com os nomes de dezenas de delegados da Polícia Civil do Pará, em repúdio à coação sofrida por uma delegada nesta sexta-feira (8). O caso foi confirmado pela Associação dos Delegados do Estado do Pará (Adepol).
A lista já superou 50 nomes - sendo alguns delegados com cargo de chefia - e todos prometem entregar seus cargos em solidariedade à delegada Daniela Santos, diretora da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), coagida por outras duas delegadas à entregar o cargo comissionado.
Segundo a categoria, a delegada não aceitou assinar um documento que dava ciência à uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), que na quinta-feira (07), decretou ilegal a paralisação dos delegados, que durou 24 horas, ontem.
"O caso (da coação) gerou revolta na categoria. Como forma de solidariedade, muitos que também são DAS vão entregar seus cargos. Até a última atualização, 55 delegados já tinham confirmado. Acreditamos que isso já seja mais da metade”, disse ao DOL, por telefone, um dos delegados relacionados, que preferiu não se identificar.
Segundo a Adepol, pelo menos 53 delegados devem entregar os cargos comissionados.
A associação afirmou, inclusive, que o documento em questão deveria ser assinado pelo delegado João Moraes, presidente do Sindicato dos Delegados de Policia Civil do Estado do Pará (Sindelp), que não está em Belém, e não pela delegada da Deam.
Além de esclarecer a categoria sobre o que aconteceu, a Adepol promove na noite de hoje uma assembleia geral para avaliar a paralisação e formalizar uma decisão em relação à proposta do Governo.
DOL entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um posicionamento sobre o caso da delegada Daniela Santos.
DECISÃO
O TJE julgou ilegal a prática de greve ou qualquer outra forma de paralisação que a Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Pará (Sindelp) possa promover, sob a pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 20 mil.
A paralisação dos delegados teve como objetivo conscientizar a sociedade sobre as péssimas condições de trabalho da Polícia Civil e sensibilizar o Governo a cumprir a Lei Complementar n° 094, de 04 de abril de 2014, que estabelece uma política de remuneração da autoridade policial que trata o Artigo 30 da Lei Complementar 22, de 15 de março de 1994.
(DOL)
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SAIBA MAIS SOBRE O MOSQUITO TRANSMISSOR DE VÁRIAS DOENÇAS: DE ONDE ELE VEIO, COMO SE REPRODUZ E OS PRINCIPAIS SINTOMAS TIRE SUAS DÚVIDAS

O que é o vírus zika?
É um vírus da família dos flavivirus, a mesma da dengue e da febre amarela. Foi isolado pela primeira vez em 1947 em primatas de Uganda, na floresta Zika. Por esse motivo tem essa denominação

Como é transmitido?
Nas cidades, principalmente por meio do Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a chikungunya
Quais os sintomas?
Mais de 80% dos casos são assintomáticos, mas alguns dos sintomas que podem aparecer são febre e vermelhidão (veja infográfico), que geralmente desaparecem depois de 3 a 7 dias

O vírus zika também pode causar outros sintomas mais graves?
Em adultos, é possível que o zika cause a síndrome de Guillain-Barré, doença neurológica rara e paralisante. Há relato de casos após o contato com o vírus, mas a relação ainda não foi comprovada

O Aedes pode transmitir mais de um tipo de vírus na mesma picada?
Em tese sim, mas isso ainda não foi observado. Por outro lado, já houve o relato de uma coinfecção em um paciente de zika com dengue

Devo evitar viajar a lugares onde o zika circula?
Por ora, entidades como OMS (Organização Mundial da Saúde), OMT (Organização Mundial do Turismo) e o Ministério da Saúde brasileiro não fizeram alertas para que se não viaje a lugares com presença do vírus. Mas todas recomendam uso de repelentes, roupas que protegem o corpo e preservativos (há suspeita de transmissão sexual da doença), além da ventilação de ambientes e instalação de telas e mosquiteiros. Nos EUA, o CDC (agência de saúde local) recomendou a grávidas adiarem suas viagens


Quais são as regiões com mais casos da doença?
Hoje, o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, está presente no mundo inteiro, embora haja uma maior ocorrência de zika nas Américas Central e do Sul (destaque para a Colômbia e Brasil, especialmente na região Nordeste. O mosquito costuma transitar mais em ambientes urbanos, onde há grande quantidade de pessoas e uma série de criadouros -em regiões afastadas, o risco é menor

DILMA DIZ QUE PREVALECE NO PAÍS O 'CLIMA DE QUANTO PIOR, MELHOR'

A presidente Dilma durante a inauguração de estádio aquático no Rio de Janeiro
A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (8) que o Brasil tem hoje "um clima de quanto pior melhor".
Na inauguração do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos, no início da tarde desta sexta, a presidente usou a organização dos Jogos Olímpicos como exemplo para o país voltar a crescer.
Ela citou a parceria das três esferas de poder (municipal, estadual e federal) e da iniciativa privada na organização do evento como modelo para o Brasil.
"Hoje, no Brasil, tem um certo clima que não chamo de mau humor, chamo de 'quanto pior, melhor'. Esse clima não interessa à necessária estabilidade economia e politica do país. Se somos capazes de fazer uma Olimpíada, somos capazes de fazer também o nosso país voltar a crescer", afirmou Dilma.
"Para isso, o elemento da convergência, o elemento do diálogo e o elemento da parceria [é necessário]. Daí digo que esse é um momento especial. Um símbolo e um exemplo para o Brasil do que é possível fazer quando pessoas de bem se unem em prol do bem do povo brasileiro", acrescentou.
A inauguração do centro aquático foi realizada com portões fechados. Apenas autoridades, atletas e 14 operários que trabalharam na obra assistiram ao evento.
PAES
Em seu discurso, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que o estádio Olímpico de Londres gastou, sozinho, mais do que todas as arenas utilizadas no Rio.
Construído no Parque Olímpico da Barra, o Centro Olímpico de Esportes Aquáticos receberá provas e natação olímpica e paralímpica, além do polo aquático durante os Jogos Rio 2016.
O centro contará com uma arena de competição, uma área para aquecimento e uma área externa para circulação de pessoas e apoio operacional.
O Ministério do Esporte gastou R$ 225,3 milhões do Ministério do Esporte, sendo R$ 217,1 milhões para construção e outros R$ 8,2 milhões para manutenção.
EVENTOS-TESTE
Centro Olímpico de Esportes Aquáticos receberá, de 15 a 20 de abril, o Campeonato Brasileiro - Troféu Maria Lenk de Natação. A competição, que servirá como evento-teste da modalidade, reunirá os maiores nadadores brasileiros em busca da vaga para os Jogos Olímpicos Rio 2016 e 55 atletas de 11 países.
Depois dos Jogos, o centro será desmontado e dará origem a outros três parques aquáticos. 


Ricardo Borges/Folhapress

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STJ ADIA JULGAMENTO DE JATENE PARA O DIA 20

Governador Simão Jatene é acusado de se beneficiar de propina. (Foto: Rogério Uchôa/Arquivo)
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça(STJ) adiou, mais uma vez, o julgamento da Ação Penal nº 827, que investiga crimes tributários cometidos pelo governador do Pará, Simão Jatene (PSDB) e integrantes de seu Governo em benefício da Cervejaria Paraense S/A (Cerpasa). Ontem, o STJ informou que a ação entrou na pauta de julgamentos da Corte Especial do dia 20 de abril.

Jatene é acusado de ter sido o principal beneficiário do pagamento de propina, acertada com os donos da Cerpasa (veja box abaixo), após a concessão de uma anistia de débitos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O STJ vai decidir se acata a denúncia ou se arquiva a investigação.

O crime, segundo o Ministério Público Federal (MPF), ocorreu em 2002 e antecedeu a campanha para o Governo do Pará, na qual Jatene foi indicado sucessor do ex-governador tucano Almir Gabriel. Para o ministro relator do processo, Napoleão Nunes Maia Filho, transcorridos 13 anos desde o ato ilícito, a ação se torna nula por ultrapassar o prazo previsto para a punibilidade.

No entanto, para o MPF, a data a ser considerada deve ser a da entrada do inquérito no STJ -dezembro de 2004. De 2007 a 2011, o processo ficou
parado no Tribunal de Justiça do Pará, quando Jatene ficou sem mandato. O inquérito só retornou ao STJ em março de 2011, quando Jatene reassumiu o Governo. Desde então, a defesa do governador entrou com várias ações de protelação.

DENÚNCIA

No final do ano passado, a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou Jatene por corrupção passiva, contra a administração e fé pública, falsidade ideológica e corrupção ativa. Após decidir individualmente pelo arquivamento da ação, o ministro Napoleão Nunes levou o processo para julgamento da Corte Especial.

Na 1ª sessão, ocorrida em 18 de dezembro, a ministra Maria Thereza Moura pediu vista da ação. Ela discordou da decisão de Napoleão e votou pela continuidade do processo. Em 3 de fevereiro de 2016, o ministro Jorge Mussi também pediu vista ao processo. Desde então o julgamento da ação vem sendo adiado em virtude de petições impetradas pela defesa de Jatene.

(Luiza Mello/Diário do Pará)

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ZIKA SE TORNA DILEMA PARA BRASILEIRAS QUE TENTAM FERTILIZAÇÃO IN VITRO

Muitas pacientes estão congelando seus embriões e óvulos. Segundo clínica, houve aumento de 10% a 15 % no congelamento de embriões em SP.

Da Agência Efe

A propagação do vírus da zika no Brasil e sua provável relação com a microcefalia em recém-nascidos gerou um impasse para centenas de futuras mães - muitas delas mulheres que lutam contra o relógio biológico - sobre se convêm ou não adiar os tratamentos de fertilização in vitro. 

Tatiane Martins, de 33 anos, por exemplo, decidiu interromper seu plano de engravidar por medo da zika.

"Comecei a ver muitas notícias na TV e me assustei com o que a zika poderia gerar, principalmente pela possibilidade da microcefalia. Fiquei confusa e ansiosa porque já tinha começado o processo e tive que interromper toda a medicação", contou Tatiane à Agência Efe.

Após suspender o tratamento de fertilidade, ela se viu obrigada a congelar os embriões na esperança de retomar o processo ainda neste mês, quando especialistas acreditam que a proliferação do mosquito Aedes aegypti diminuirá por conta da diminuição das chuvas e da temperatura.

De acordo com o diretor da clínica Fertivitro, Luiz Eduardo Albuquerque, o congelamento de embriões aumentou de 10% a 15% em São Paulo nos últimos quatro meses.

"Muitas pacientes estão congelando seus embriões e óvulos, e atrasando o processo de fertilização", disse o ginecologista.

Especialistas aconselham às mulheres a tomar certas precauções, mas alguns não consideram necessário interromper o processo.

"A escolha está nas mãos da mulher e da família. Não acho que seja necessário adiar a gravidez. O que podemos fazer é reforçar o uso de repelente e instruí-las a tomar certas medidas para evitar o mosquito", acrescentou Albuquerque.

Para ele, houve um "exagero da mídia" em torno da questão. Em sua opinião, o vírus não deve ser motivo para o adiamento da gravidez, já que as consequências da doença ainda não são completamente conhecidas.

Na semana passada, os Centros de Controle de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) lançaram novas diretrizes sobre o tempo que as mulheres que contraíram a zika têm que esperar antes de tentar engravidar.

Segundo a entidade americana, aquelas que querem ter um filho devem aguardar pelo menos dois meses, contados a partir do aparecimento dos sintomas, para voltar a tentar.Em novembro de 2015, quando aumentou o número de casos de microcefalia, o Ministério da Saúde recomendou que as mulheres adiassem os planos de gravidez.

O levantamento mais recente do órgão confirmou 944 casos de microcefalia possivelmente associados ao vírus da zika, enquanto 4.291 ocorrências de recém-nascidos ou fetos com sintomas semelhantes estão sendo analisadas.

Sandra Valencio, que também tem 33 anos, quer ser mãe e seu marido passou por uma vasectomia, o que dificulta uma gravidez pelos métodos tradicionais. Apesar do risco de transmissão da zika, o casal decidiu continuar o tratamento in vitro iniciado há três anos.

"Eu não ia interromper de maneira alguma meu desejo de ser mãe por causa dos casos de zika. Não temos informações concretas e, se redobrarmos os cuidados, é possível ter uma gravidez tranquila", explicou.

Para a ela, parar o processo representa "jogar dinheiro no lixo", já que somando gastos com vitaminas, consultas e injeções estima ter investido, aproximadamente, R$ 20 mil.

De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o total de embriões congelados no Brasil chegou a 67.359 em 2015, 40,8% a mais do que em 2014.
Devido ao vírus da zika, mulheres têm adiado tratamento de fertilização in vitro (Foto: TV Globo)
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