quarta-feira, 19 de novembro de 2014

EX-GOLEIRO DO SANTOS, FILHO DE PELÉ É PRESO EM PRAIA GRANDE, SP

Ex-goleiro foi encaminhado para o 5º DP de Santos.
Advogado
já pediu liberação do filho de Pelé

Ex-goleiro do Santos, filho de Pelé é preso em Praia Grande, SP
O ex-goleiro do Santos Futebol Clube e filho de Pelé, Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, foi transferido, no início da tarde desta quarta-feira (19) para o 5º Distrito Policial (DP) de Santos, no litoral de São Paulo. Ele foi detido na tarde desta terça-feira (18) e passou a noite na Delegacia Sede de Praia Grande, também na Baixada Santista.
De acordo com o advogado Eugênio Malavasi, responsável pela defesa de Edinho, o ex-goleiro deve ser liberado ainda nesta quarta-feira (19). Malavasi entrou com um pedido de habeas corpus na noite de terça-feira e, agora, o advogado tenta agilizar o processo de liberação para que o ex-goleiro seja liberado antes do feriado da Consciência Negra.

De acordo com informações da Polícia Civil, Edinho deve permanecer no 5º DP. O filho de Pelé pode ser transferido para o CDP São Vicente ainda nesta quarta-feira (19), mas a ida do ex-goleiro é avaliada como pouco provável pelos policiais.
Advogado
A prisão do ex-goleiro do Santos Futebol Clube e filho de Pelé, Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, gerou críticas do advogado Eugênio Malavasi em relação à decisão da Justiça de Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Para Malavasi, a justificativa de que o prazo de apelação do julgamento de Edinho havia expirado não corresponde à realidade. “Eu recebi a notícia de maneira inusitada. Estava em uma audiência na capital paulista, quando fui avisado por mensagem. O comparecimento mensal do meu cliente havia sido pedido e ele foi cumprir a ordem no Tribunal de Justiça. Ele assinou o documento e estava saindo, quando a Polícia Militar apareceu e o deteve. No entender da meretíssima, o caso transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso, porque o advogado anterior perdeu o prazo. Esse é o fundamento da prisão”, explica.
 
Advogado Eugênio Malavasi ficou surpreso com a
prisão de Edinho (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
No entanto, o advogado rebate esse argumento e alega que isso não ocorreu. “Eu não entendo dessa forma. O recurso interposto por este advogado é tempestivo, ou seja, aconteceu dentro do prazo. Quando foi publicada a decisão contra o Edinho, a juíza o intimou, via oficial de Justiça. Nesse hiato, o advogado que me antecedeu interpôs o recurso, ou seja, é tempestivo, o recurso está dentro do prazo”, comenta.
Além disso, Malavasi ressalta que o mérito da prisão anterior do filho de Pelé será julgado no dia 28 de novembro. “A questão seria julgada nesta quinta-feira (20), mas como há o feriado, será no dia 28. Só que, nesse período, o Edinho estava cumprindo tudo, tanto que foi ao Fórum de Praia Grande para assinar o documento. Não havia uma decisão sobre a prisão dele no cartório, o mandado não constava nos autos. Tanto isso é verdade que ele só foi detido pelos policiais quando já estava na calçada. Estou totalmente surpreso com essa decisão, pois jamais vislumbrei o trânsito julgado. A decisão é estarrecedora”, afirma.
Edinho foi condenado em maio deste ano a uma pena de 33 anos e quatro meses de prisão, por lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. O advogado espera conseguir evitar o encaminhamento do ex-goleiro para um presídio. O filho de Pelé passou a noite isolado na cadeia anexa à Delegacia Sede de Praia Grande. No entanto, ele pode ser transferido antes mesmo de que a decisão sobre o recurso seja conhecida.
 
Aloízio Pires de Araújo, titular da Delegacia Sede
de Praia Grande, SP (Foto: Rodrigo Martins/G1)
Prisão
O ex-goleiro foi condenado no dia 30 de maio pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas. Ele respondia em liberdade, mas não podia deixar o País, já que a prisão definitiva poderia ser decretada a qualquer momento. Por isso a necessidade de comparecer todo mês ao Fórum.
Assim que chegou ao local nesta terça-feira, acompanhado de um de seus advogados, ele foi preso devido a uma ordem de captura definitiva ter sido expedida pela Justiça. Edinho foi transferido para a Delegacia Sede do município, onde deverá ficar preso até ser encaminhado para um presídio ou até uma decisão da Justiça.
O delegado Aloízio Pires de Araújo, titular da Delegacia Sede de Praia Grande, conta como Edinho ficou ao receber a notícia e revela que ele pode ser transferido nesta quarta-feira. “O Edinho não teve nenhuma atitude extrema, mas é claro que a pessoa fica abalada com uma notícia dessas. Sobre a transferência, em razão da hora em que ele foi detido, a cadeia não poderia mais recebê-lo. Enquanto isso, ele vai ficar na cela da delegacia, esperando que seja decidido para qual sistema prisional será encaminhado. Isso deve ocorrer nesta quarta ou, no máximo, na quinta-feira (20)”, diz.
Condenação
No dia 30 de maio, o ex-goleiro foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas após decisão da juíza Suzana Pereira da Silva, auxiliar da 1ª Vara Criminal de Praia Grande. Com a possibilidade da prisão, uma vez que a Justiça não permite que ele deixe o País, Edinho, que respondia ao processo em liberdade, precisava entregar seu passaporte no cartório do 1° Ofício Criminal da cidade. A medida pretendia evitar que ele deixasse o Brasil antes da decisão final da Justiça.
Edinho foi preso no dia 7 de julho por não ter apresentado seu passaporte à Justiça, uma das exigências para permanecer em liberdade. Eugênio Malavasi, advogado de Edinho, conseguiu um habeas corpus para liberar seu cliente, concedido pelo desembargador Lauro Mens de Mello. No entanto, segundo decisão do desembargador, o filho de Pelé teria que ser monitorado 24 horas por uma tornozeleira eletrônica, equipamento ao qual a Polícia Civil não tem acesso, o que impossibilitou a libertação imediata de Edinho.

Ex-goleiro do Santos foi condenado a 33 anos de
prisão (Foto: Divulgação/Santos Futebol Clube)
O advogado do ex-goleiro, Eugênio Malavasi, foi a São Paulo e conseguiu reverter a situação obtendo um novo alvará de soltura, expedido pelo desembargador José Antonio de Paula Santos Neto, que não exigia a tornozeleira.
No alvará de soltura, constavam ainda algumas exigências. Edinho teria que se apresentar à Justiça uma vez por mês e caso ele mudasse de endereço ou saísse da cidade por mais de oito dias também teria que avisar formalmente.
O caso
Edinho foi preso com outras 17 pessoas pela Operação Indra em junho de 2005, realizada pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), acusado de ligação com uma organização de tráfico de drogas comandada por Naldinho na Baixada Santista. Após seis meses em prisão provisória, foi solto com liminar em habeas corpus concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em janeiro de 2006, teve a prisão decretada com o aditamento da denúncia, que passou a incluir o crime de lavagem de dinheiro. Mas obteve o direito de permanecer em liberdade graças a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

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