sexta-feira, 8 de maio de 2015

MONTE ALEGRE PEDE INÍCIO URGENTE DE PROJETO PARA EVITAR A DESTRUIÇÃO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

 A arqueóloga Edith Pereira fala na audiência pública. Foto: Jeso Carneiro
Na nova edição do jornal Tapajós Agora, que chega amanhã (9) às bancas:
O governo estadual foi o alvo principal de críticas e cobranças feitas em uma recente audiência pública realizada em Monte Alegre, na Calha Norte, que debateu a preservação de dois importantes sítios arqueológicos (foto abaixo) localizados no município – ambos sob ameaça de destruição por vandalismo, pichação e visitas desordenadas.
Passados quase três anos, o projeto que prevê a construção de uma infraestrutura com espaço para auditório, guarda-volumes, sala multiuso, lanchonete, plataformas de acesso, inclusive para deficientes físicos, placas informativas nos sítios arqueológicos denominados Serra da Lua e Pedra do Mirante, ainda não saiu do papel.
“E não é por falta de recursos”, esclareceu a vereadora Lúcia Braga (PPS – foto), que organizou a audiência pública ocorrida no último dia 27, à noite, no plenário lotado da Câmara Municipal de Monte Alegre.
Verba federal
Segundo a parlamentar, há cerca de três milhões de reais nos cofres públicos estaduais, para ser usado na viabilização do projeto. Recursos, inclusive, federais, repassados ao Pará pela União, através do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), no montante de um milhão de reais.
“A preservação desses sítios está em xeque. O governo tem que agir rápido, sob pena de Monte Alegre perder uma riqueza de valor histórico inestimável, com consequências irreparáveis não só para a arqueologia brasileira, como também para o turismo de nosso município”, disse Lúcia Braga ao Tapajós Agora.

A preocupação da vereadora é compartilhada pela arqueóloga Edith Pereira, do Museu Paraense Emílio Goeldi, que estava presente na audiência pública. Ela é uma das mais importantes pesquisadoras em sítios arqueológicos na Amazônia, de modo especial os 24 catalogados em Monte Alegre, com datações de até 11 mil anos.
Obra de referência
É de Edith Pereira o livro “A Arte Rupestre de Monte Alegre”, lançado em 2012, no qual a autora chama atenção para o estado de conversação dos sítios e da necessidade de preservá-los. A obra é referência em estudos de políticas de preservação e gestão do patrimônio rupestre.
Aos presentes na audiência, a arqueóloga paraense defendeu a execução imediata do projeto, para garantir a preservação dos sítios, através do fomento do ecoturismo, com a ativa participação, principalmente, das comunidades localizadas no entorno da Serra da Lua e Pedra do Mirante.
Os sítios arqueológicos do município estão dentro da APA (Área de proteção Ambiental) Paytuna, onde está o Pema (Parque Estadual de Monte Alegre), criado em 2001 e gerenciado Semas, inicialmente, e agora, com a reforma administrativa implementada pelo governador Simão Jatene em janeiro deste ano, pelo Ideflor-bio (Instituto do Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará).
Outro lado
Na audiência, a gerente do Ideflor-bio na Calha Norte, Patrícia Messias, afirmou que o governo deve, até o final deste mês de maio, dá início à licitação, com lançamento do edital, para as empresas interessadas na execução do projeto.
Segundo ela, o atraso nas obras deve-se a questões burocráticas e, nos últimos meses, às mudanças na estrutura administrativa no governo.
Em junho, destacou Patrícia Messias, depois do processo licitatório e com a oficialização da empresa vencedora do certame, as obras do projeto devem começar.

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