sexta-feira, 8 de maio de 2015

PETROBRAS ENTRA NA JUSTIÇA CONTRA EMPREITEIRAS CITADAS NA LAVA-JATO

Estatal pede ressarcimento a empreiteiras e executivos envolvidos.
Prejuízo com corrupção é de R$ 6,194 bilhões.
Petrobras perdeu R$ 6,194 bilhões com a corrupção e agora quer esse dinheiro de volta. Pela primeira vez, a empresa entrou na Justiça contra empreiteiras e executivos denunciados na Operação Lava-Jato. A Petrobras quer recuperar esse valor que, com multas e danos morais, pode voltar ainda maior para os cofres da empresa. A estatal é reconhecida como vítima na investigação e, por isso, está entrando com as ações contra quem praticou o crime de corrupção. O argumento da empresa é que os crimes foram praticados por funcionários, e não pela instituição, e por outras empresas.
A Petrobras já entrou com ações cíveis contra duas empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato. A estatal ainda quer mover mais ações nas próximas semanas.
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No dia 30 de abril, a Petrobras entrou com a primeira ação cível contra a empresa Engevix, investigada na Operação Lava-Jato.
O pedido é que a Engevix pague quase R$ 154 milhões de ressarcimento. Caso a decisão da Justiça seja favorável à Petrobras, poderão pagar o valor a empresa Jackson Empreendimentos S/A, holding da Engevix; o vice-presidente Gerson de Melo Almada; os representantes da Engevix em contratos, Carlos Eduardo Strauch Albero, Newton Prado Junior,
e Luiz Roberto Pereira; e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Já na ação movida nesta sexta-feira (8) contra a Mendes Júnior Participações S/A, a Petrobras pede uma indenização de R$ 298 milhões. Nesse valor está incluído dano material e uma multa de R$ 223 milhões. Se a Justiça decidir pelo ressarcimento, poderão pagar: a empresa Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A; o diretor vice-presidente executivo Sérgio Cunha Mendes; o diretor de Óleo e Gás, Rogério Cunha de Oliveira; o diretor vice-presidente corporativo, Ângelo Alves Mendes; o representante da Mendes Junior nos contratos com a Petrobras, Alberto Elisio Vilaça Gomes; O engenheiro da área operacional de obras e gerente de contratos, José Humberto Cruvinel Resende; e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Nas próximas semanas, a Petrobras entra com ações contra três empresas. Da Galvão Participações S/A, a Petrobras vai cobrar R$ 302 milhões; da OAS, R$ 282 milhões; e da Camargo Corrêa, R$ 241 milhões. 
"A Petrobras está tomando todas as medidas necessárias para a integral reparação dos prejuízos sofridos, inclusive com relação a sua reputação. Essa medida de hoje se insere em um contexto de diversas medidas que têm esse objetivo, incluindo medidas na esfera penal, quando a gente entrou com uma assistente de acusação ao lado do Ministério Público, administrativas e as medidas cíveis, que são essas das ações de improbidade. Para ter uma ideia, essas duas primeiras ações que a Petrobras está entrando o pedido é de cerca de R$ 500 milhões e já está em preparação o ingresso em mais três ações em que se objetiva o ressarcimento de cerca de R$ 800 milhões. Então, virão ainda várias outras ações contra outras empresas e outros contratos à medida que as investigações forem avançando", diz Taísa Maciel, gerente executiva da área jurídica da Petrobras.
O ex-gerente da estatal Pedro Barusco se comprometeu a depositar na conta da Petrobras parte do dinheiro desviado. O valor de R$ 157 milhões entra na conta da estatal na segunda-feira (11).
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"Na segunda-feira, a Petrobras vai receber a primeira parte do dinheiro recuperado no âmbito das colaborações premiadas, que é a quantia de R$ 157 milhões do colaborador Pedro Barusco", afirma Taísa Maciel.
A GloboNews entrou em contato com a Engevix, que disse que não vai se manifestar sobre o assunto. O representante da Mendes Júnior Participações S/A disse que não tem conhecimento dessa ação e, por isso, não vai se posicionar. A defesa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que vai se aprofundar no assunto para, depois, se posicionar. 
Fonte G1 Globo

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